20 DE DEZEMBRO DE 2017
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de Pandora — e, se calhar, não têm razão, mas parto do pressuposto que têm —, já que esta iniciativa será
aprovada, gostaria de discutir, e, se calhar, até, mudar de opinião, o que estamos disponíveis para fazer, sobre
se, de facto, esta iniciativa só se aplica, como se está a dizer, a pouquíssimas pessoas.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para encerrar o debate, tem a palavra o Sr. Deputado João
Vasconcelos.
O Sr. João Vasconcelos (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: De facto, não se compreende a
duplicidade de critérios da parte do PSD e até do CDS.
Sr.as e Srs. Deputados, certamente, lembrar-se-ão de Nuno Barbieri, ligado ao bombismo e ao terrorismo de
extrema-direita e filho do antigo subdiretor da PIDE Barbieri Cardoso, que foi reintegrado na carreira militar. O
1.º tenente da Marinha Nuno Barbieri, que atuou de forma violenta contra o 25 de Abril, contra a liberdade, contra
a democracia, foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra a coberto da legislação vigente. E quem é que assinou
o despacho? Os Ministros Pedro Aguiar Branco e Maria Luís Albuquerque, no dia 15 de outubro de 2015! Foi
um despacho que confirmou a reconstrução desta carreira.
De facto, é extraordinário que uma pessoa — ou várias, e contar-se-ão, certamente, pelos dedos de uma
mão — que lutou pelo 25 de Abril, que lutou pela democracia, pela liberdade e que também esteve na génese
da democracia e do 25 de Abril, não tenha direito à reparação de uma injustiça.
Esta é uma medida que se impunha para alguns que ainda não viram chegado o momento de serem
reintegrados na carreira militar.
De facto, se assim é, o Bloco de Esquerda congratula-se com a posição do Partido Socialista pela reparação
desta injustiça, pela reparação da dignidade e, naturalmente, estaremos dispostos para, em sede de Comissão
de Defesa Nacional, chegar aos consensos que forem necessários.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, vamos, então, passar ao quarto ponto da nossa ordem
do dia, que consiste na discussão conjunta dos projetos de resolução n.os 1078/XIII (3.ª) — Recomenda ao
Governo medidas excecionais de apoio aos agricultores afetados pela seca (CDS-PP), 1195/XIII (3.ª) —
Recomenda ao Governo medidas de mitigação dos custos da água decorrentes dos efeitos das alterações
climáticas no setor agrícola (CDS-PP), 1184/XIII (3ª) — Recomenda ao Governo que adote medidas adicionais
de mitigação da seca (PSD), 1198/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que tome medidas de apoio aos
agricultores e produtores pecuários afetados pela seca (PCP), 1199/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que
promova estratégias de resposta à condição hidrológica do país (PCP), 1201/XIII (3.ª) — Recomenda ao
Governo medidas de apoio à agricultura e pecuária para mitigar prejuízos causados pela seca (BE) e 1206/XIII
(3.ª) — Recomenda ao Governo que diligencie pela adoção de medidas tendo em vista o aumento da reutilização
da água residual das estações de tratamento com vista ao cumprimento do Plano de Prevenção, Monitorização
e Acompanhamento dos Efeitos da Seca (PAN).
Para apresentar os projetos de resolução do CDS-PP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Patrícia Fonseca.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: As alterações climáticas são uma
realidade não do futuro mas já do presente e Portugal é, segundo diversos especialistas, um dos países que
mais impactos sofrerá. Infelizmente, sofre-o já!
O ano de 2017 é o terceiroano consecutivo de seca. A precipitação que ocorreu em 2017 corresponde
apenas a 30% dos valores normais; é o segundo outono mais seco dos últimos 86 anos e com a média da
temperatura máxima mais alta.
O próximo ano hidrológico, que começou em outubro, não começa com boas notícias, pois tem já um
agravamento do défice de precipitação, sendo dezembro de 2017 o nono mês consecutivo com precipitação
abaixo dos valores normais.