I SÉRIE — NÚMERO 32
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Com essas propostas as unidades hoteleiras ganham, os pequenos empresários perdem e o alojamento
local ficará reservado exclusivamente para os que têm possibilidades financeiras de investir e de adquirir prédios
inteiros.
São dezenas e dezenas de emails que temos recebido — e certamente que todos os grupos parlamentares
os têm recebido —, de pessoas que se encontram nesta atividade, que encontraram nela o emprego que
perderam, a subsistência da sua família que lhes faltou, a ocupação de muitos jovens licenciados que não
encontraram emprego, a motivação para continuarem a lutar por uma vida melhor.
O PSD está do lado dessas pessoas lutadoras. O PSD está do lado dos que constroem e não dos que
destroem. O PSD está também do lado da regulamentação, da fiscalização, da resolução de eventuais
problemas pontuais, mas não está com os que combatem a iniciativa privada por puro preconceito ideológico ou
por outros interesses, individuais ou de grupo.
Tudo faremos para que não estraguem uma atividade de sucesso que tem sido comprovadamente fator de
crescimento económico, de criação de emprego, de fixação de pessoas nos seus territórios e de reabilitação
urbana das nossas cidades, vilas e aldeias.
O alojamento local promoveu a democratização da atividade turística e o aparecimento de muitas outras
atividades conexas.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Importa lembrar que cerca de 80% dos titulares possuem apenas uma unidade
de alojamento local e os problemas pontuais de gentrificação de alguns locais devem ser resolvidos no âmbito
das políticas de cidade e não com soluções de âmbito nacional que são propostas e que só vão criar problemas
onde eles não existem.
Do mesmo modo, os problemas do arrendamento urbano de longa duração não se resolvem com a repressão
do alojamento local, mas com medidas de discriminação positiva e incentivos orientados para o arrendamento
de longa duração.
O PSD está disponível para dar o seu contributo na discussão em sede de especialidade, mas não contem
connosco para burocratizar ou para destruir um setor que se tem revelado como um dos mais dinâmicos da
economia nacional.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições, passamos ao
ponto três da nossa ordem de trabalhos de hoje com a apreciação conjunta, na generalidade, dos projetos de
lei n.os 711/XIII (3.ª) — Alteração à Lei de Acompanhamento dos Assuntos Europeus (CDS-PP), 717/XIII (3.ª) —
Segunda alteração à Lei n.º 43/2006, de 25 de agosto, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 21/2012, de
17 de maio, relativa ao acompanhamento, apreciação e pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do
processo de construção da União Europeia (PSD) e 722/XIII (3.ª) — Altera a Lei n.º 43/2006, de 25 de agosto,
reforçando os meios de acompanhamento, apreciação e pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do
processo de Construção da União Europeia (BE).
Para uma intervenção de apresentação da iniciativa do seu grupo parlamentar, tem a palavra o Sr. Deputado
Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em dezembro de 2017,
Portugal aderiu à Cooperação Estruturada Permanente em matéria de segurança e defesa.
Ainda que estivesse previsto no Tratado de Lisboa desde a sua ratificação, em 2009, a verdade é que só em
2017 se deu um passo, um passo que é muito relevante na construção da própria União Europeia, numa matéria
de fulcral preocupação para todos os povos da União Europeia e que tem a ver com a segurança e a defesa
das nossas populações e dos nossos povos, num tempo particularmente tão difícil para a Europa e para o
mundo.
Nós, CDS, temos sido muito críticos, e mais uma vez o queremos reafirmar aqui, face à pouca informação
que o Governo português deu ao Parlamento, face à pouca divulgação pública que o Governo português fez,