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10 DE JANEIRO DE 2018

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tem toda a gente que recorre ao Serviço Nacional de Saúde e nota-se, por exemplo, nos 600 médicos

especialistas que esperam, desde abril, por um contrato e nos hospitais que esperam por estes médicos de que

precisam.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exatamente.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — E nós sabemos que tantas destas questões, como, por exemplo, os planos

de contingência da gripe, atrasam e atrasam no Ministério das Finanças.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É verdade!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Portanto, temos um problema na forma como decidimos usar os recursos

do País e nós ouvimos o Sr. Primeiro-Ministro, não sem alguma preocupação, dizer que espera que o défice,

em 2017, tenha ficado duas décimas, abaixo do que estava previsto, o que quer dizer que este Governo espera

ter gasto menos 385 milhões de euros do que poderia ter gasto e, mesmo assim, cumprir as metas de défice a

que se obrigou. Deveria ter gasto no Serviço Nacional de Saúde, por exemplo.

Sr. Primeiro-Ministro, o que diz a quem hoje está numa sala de espera das urgências sobre a razão por não

ter investido esses 385 milhões de euros na saúde, que tinha, podia e deveria ter gasto?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, agradeço-lhe essa pergunta,

porque a resposta que eu daria era a seguinte: nós conseguimos esta redução do défice apesar da despesa

com a saúde ter aumentado 5,5%, e essa despesa com a saúde aumentou 5,5% traduzindo-se em coisas

concretas. Olhe, traduziu-se, ao longo destes dois anos, em mais de 2000 novos médicos no Serviço Nacional

de Saúde, em mais de 2800 novos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, em mais de 200 novos técnicos

de diagnóstico no Serviço Nacional de Saúde,…

O Sr. Pedro Alves (PSD): — Isso é conversa!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … em 600 novos trabalhadores de categorias diversas no Serviço Nacional de

Saúde. Traduziu-se em que 92% dos portugueses, no final do ano passado, já tenham médico de família,

traduziu-se num aumento das consultas médicas nos cuidados de saúde primários em mais de 462 500

consultas, em mais 142 800 consultas hospitalares e em mais 20 300 cirurgias no Serviço Nacional de Saúde,

no ano passado.

Era isto que eu responderia e responderia mais: foi com isto que lançámos um conjunto de investimentos

que estão a ser efetuados. Investimentos para aumentar as unidades de saúde familiares, para aumentar, em

1480, as camas de cuidados continuados, para a ampliação e a remodelação de novos blocos operatórios no

Hospital da Figueira da Foz, no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes, na Clínica Hospitalar de Bragança, para

a construção do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e muitos, muitos, outros exemplos que lhe poderia dar.

O que eu também diria a essas pessoas é que, apesar deste esforço que estamos a fazer, temos de

continuar, no futuro, a fazer este esforço, porque é necessário continuar a investir no Serviço Nacional de Saúde

para ele poder ser cada vez melhor. Mas, para podermos continuar a investir no Serviço Nacional de Saúde,

Sr.ª Deputada, nós temos de, simultaneamente, conseguir reduzir outras despesas, e uma despesa essencial

que temos de reduzir é o custo da nossa dívida. Ora, para podermos diminuir o custo da nossa dívida, temos de

reduzir o nosso défice. É graças à redução do défice que temos vindo a diminuir a dívida, é graças à diminuição

da dívida que temos vindo a diminuir os encargos com os juros e é graças à diminuição dos encargos com os

juros que nós podemos investir mais em proteção social, mais em saúde, mais em educação, mais na criação

de emprego e mais naquilo que é necessário para o País se desenvolver com maior justiça e com maior

equidade. É isto que nós temos de fazer, e isto implica, também, finanças públicas sãs, porque quem está nas