I SÉRIE — NÚMERO 33
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salas de espera sabe bem que, quando as finanças públicas não estão sãs, os primeiros a pagar são
precisamente eles, aqueles que não podem ter outro serviço que não seja o Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, repare que eu não disse que o seu
Governo cortou na saúde. Disse-lhe, até, que repôs 600 milhões euros dos 1600 milhões de euros que o PSD
e o CDS cortaram.
O que eu lhe disse foi que o Governo tinha 385 milhões de euros que poderia ter gastado, e mesmo assim
cumprir os seus compromissos de défice com Bruxelas,…
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — … mas não gastou.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — O que eu lhe disse foi que temos 600 médicos especialistas prontos a
entrar, que aguardam concurso, e que esse dinheiro já deveria ter sido utilizado para termos esses médicos ou
para tantas outras coisas de que o Serviço Nacional de Saúde precisa.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — O problema, Sr. Primeiro-Ministro, é quando o Governo decide não investir
estes 385 milhões de euros, estas duas décimas de défice. O Sr. Primeiro-Ministro sabe, tão bem quanto eu,
que isso, para a dívida pública, é uma gota de água que não se vê, mas para o Serviço Nacional de Saúde fazia
toda a diferença.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Por isso, sabe também que quando decide não pôr esse dinheiro no Serviço
Nacional de Saúde está a falhar com os compromissos. O Governo falha nos compromissos para com o País
para cumprir compromissos com Bruxelas, que nem sequer lhe foram pedidos.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — É isto que é absolutamente inexplicável, do nosso ponto de vista.
Aplausos do BE.
Sr. Primeiro-Ministro, queria falar-lhe de uma outra matéria que também nos parece difícil de explicar e que
é muito importante para o País e para toda a gente.
Não há ninguém que, neste tempo frio, não olhe para a conta da luz, para a fatura da energia elétrica. E
sabemos que Portugal é um país onde se passa frio, onde há pobreza energética, porque pagamos uma das
contas da luz mais altas da Europa.
A EDP, devido aos contratos de renda excessiva que com ela foram celebrados, é, em boa medida,
responsável por esta situação, que é um verdadeiro escândalo. Até o Presidente da República já veio dizer:
«Isto é um escândalo!».