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10 DE JANEIRO DE 2018

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O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, então espero por essa resposta

e, já agora, espero que o Parlamento seja informado, devida e atempadamente, desses progressos, porque eles

não aparecem em lado nenhum.

Não aparece informação sobre isso; não aparece informação sobre a saúde mental e as prioridades nos

investimentos nesta área, que não existem; não aparece informação sobre a concretização do plano para as

demências, cuja promessa existe, mas não há plano e muito menos concretização; não aparece informação

sobre as concretizações do apoio ao cuidador informal, o estatuto do cuidador informal, que foi aprovado, por

resolução da Assembleia da República, há mais de um ano e que não saiu do papel; isto já para não falar de

todo o plano tecnológico e de investimentos na área da saúde, bem como da renovação de equipamentos. Tudo

isto em áreas onde houve promessas do Governo, mas, de facto, estamos muito longe de atingir esses objetivos.

Portanto, o Governo falha em toda a linha, nesta matéria, que, de resto, é bem objeto de notícia.

Sr. Primeiro-Ministro, tenho aqui, comigo, variadíssimas notícias, só deste ano — já nem falo dos anos

anteriores —, que mostram coisas tão simples como estas: Hospital de Santa Maria interna doentes em macas;

Unidade de Portalegre quase uma semana sem médicos na triagem; Faro, Enfermeiros denunciam caos nas

urgências; Doentes internados em macas vários dias; Macas até na receção do Hospital de Guimarães; Chuva

causa infiltrações no Hospital de Guimarães; Hospital de Gaia com falta de roupa de cama e fardas.

O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — A direita é o clipping do Parlamento! O clipping do Correio da Manhã!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Isto permite-me dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que, nesta matéria, se

o senhor me disser que estamos num pico de gripe e não somos capazes de fazer melhor, mas estamos a fazer

todos os esforços, que foi aquilo que respondeu ao PSD, terei de concluir que a vossa incapacidade de antecipar

e planear, que infelizmente já vimos noutras matérias, aqui também se vê.

Agora, o que posso dizer, Sr. Primeiro-Ministro, é que a vossa incapacidade de cumprir a palavra dada nesta

matéria, de dar efetiva prioridade à saúde e ao Serviço Nacional de Saúde, é extraordinária.

De resto, não sou só eu que o digo, basta lembrar o vosso militante histórico que o vem dizer e que vem

inquietar-se com a falta de indignação pública e mediática sobre esta área da saúde.

Portanto, pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: se não quer responder com rigor ao CDS nesta matéria e

assumir a realidade, a de que é difícil, que não está a correr bem, que precisa de mais, de mais trabalho e de

mais exigência, o que é que responderá ao seu histórico militante socialista António Arnaut?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, dir-lhe-ei aquilo que já tive

oportunidade de responder oportunamente à Sr.ª Deputada Catarina Martins, que, com grande precisão, fez

basicamente as suas perguntas.

Em primeiro lugar, que há problemas no setor da saúde, seguramente que há. A questão que tem de se

colocar é a seguinte: essas dificuldades resultam de ações do Governo ou não? Eu digo-lhe o que o Governo

tem feito e a Sr.ª Deputada tirará as conclusões.

O Governo garante que hoje existem no Serviço Nacional de Saúde mais 2000 médicos do que existiam no

início da Legislatura, mais 2800 enfermeiros do que existiam no início da Legislatura, mais 200 técnicos de

diagnóstico do que existiam no início da Legislatura e mais 600 trabalhadores de outras categorias do que

existiam no início da Legislatura.

Portanto, de duas, uma: ou a Sr.ª Deputada conclui que mais médicos, mais enfermeiros e mais técnicos de

diagnóstico só fazem o sistema funcionar pior, ou só pode concluir que nós temos feito o que nos é possível

para que o sistema funcione melhor.