10 DE JANEIRO DE 2018
21
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, então espero por essa resposta
e, já agora, espero que o Parlamento seja informado, devida e atempadamente, desses progressos, porque eles
não aparecem em lado nenhum.
Não aparece informação sobre isso; não aparece informação sobre a saúde mental e as prioridades nos
investimentos nesta área, que não existem; não aparece informação sobre a concretização do plano para as
demências, cuja promessa existe, mas não há plano e muito menos concretização; não aparece informação
sobre as concretizações do apoio ao cuidador informal, o estatuto do cuidador informal, que foi aprovado, por
resolução da Assembleia da República, há mais de um ano e que não saiu do papel; isto já para não falar de
todo o plano tecnológico e de investimentos na área da saúde, bem como da renovação de equipamentos. Tudo
isto em áreas onde houve promessas do Governo, mas, de facto, estamos muito longe de atingir esses objetivos.
Portanto, o Governo falha em toda a linha, nesta matéria, que, de resto, é bem objeto de notícia.
Sr. Primeiro-Ministro, tenho aqui, comigo, variadíssimas notícias, só deste ano — já nem falo dos anos
anteriores —, que mostram coisas tão simples como estas: Hospital de Santa Maria interna doentes em macas;
Unidade de Portalegre quase uma semana sem médicos na triagem; Faro, Enfermeiros denunciam caos nas
urgências; Doentes internados em macas vários dias; Macas até na receção do Hospital de Guimarães; Chuva
causa infiltrações no Hospital de Guimarães; Hospital de Gaia com falta de roupa de cama e fardas.
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — A direita é o clipping do Parlamento! O clipping do Correio da Manhã!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Isto permite-me dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que, nesta matéria, se
o senhor me disser que estamos num pico de gripe e não somos capazes de fazer melhor, mas estamos a fazer
todos os esforços, que foi aquilo que respondeu ao PSD, terei de concluir que a vossa incapacidade de antecipar
e planear, que infelizmente já vimos noutras matérias, aqui também se vê.
Agora, o que posso dizer, Sr. Primeiro-Ministro, é que a vossa incapacidade de cumprir a palavra dada nesta
matéria, de dar efetiva prioridade à saúde e ao Serviço Nacional de Saúde, é extraordinária.
De resto, não sou só eu que o digo, basta lembrar o vosso militante histórico que o vem dizer e que vem
inquietar-se com a falta de indignação pública e mediática sobre esta área da saúde.
Portanto, pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: se não quer responder com rigor ao CDS nesta matéria e
assumir a realidade, a de que é difícil, que não está a correr bem, que precisa de mais, de mais trabalho e de
mais exigência, o que é que responderá ao seu histórico militante socialista António Arnaut?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, dir-lhe-ei aquilo que já tive
oportunidade de responder oportunamente à Sr.ª Deputada Catarina Martins, que, com grande precisão, fez
basicamente as suas perguntas.
Em primeiro lugar, que há problemas no setor da saúde, seguramente que há. A questão que tem de se
colocar é a seguinte: essas dificuldades resultam de ações do Governo ou não? Eu digo-lhe o que o Governo
tem feito e a Sr.ª Deputada tirará as conclusões.
O Governo garante que hoje existem no Serviço Nacional de Saúde mais 2000 médicos do que existiam no
início da Legislatura, mais 2800 enfermeiros do que existiam no início da Legislatura, mais 200 técnicos de
diagnóstico do que existiam no início da Legislatura e mais 600 trabalhadores de outras categorias do que
existiam no início da Legislatura.
Portanto, de duas, uma: ou a Sr.ª Deputada conclui que mais médicos, mais enfermeiros e mais técnicos de
diagnóstico só fazem o sistema funcionar pior, ou só pode concluir que nós temos feito o que nos é possível
para que o sistema funcione melhor.