I SÉRIE — NÚMERO 43
18
Esta oposição olha para a saúde de forma a capitalizar politicamente a mediatização do caso, nós olhamos
para a saúde de forma a decidir em função da qualidade de vida dos nossos cidadãos.
É caso para dizer, Sr. Primeiro-Ministro, «quando o sábio aponta para a lua, o ignorante olha para o dedo».
Aplausos do PS.
Esta oposição, PSD/CDS, olhou para o dedo quando encerrou serviços de urgência, olhou para o dedo
quando subiu taxas moderadoras, olhou para o dedo quando retirou comparticipação a medicamentos e
fragilizou franjas da nossa população.
Aplausos do PS.
Por fim, Sr. Primeiro-Ministro, a oposição continua a olhar para o dedo quando persiste na narrativa da
desgraça, sabendo que a realidade, hoje, é bem melhor do que em 2015.
Aplausos do PS.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, o atual Governo, em cumprimento do seu Programa e face às inúmeras
necessidades e carências imediatas, tem vindo a privilegiar a área da saúde, com o reforço de verbas
orçamentais dedicadas ao SNS, a aceleração da autorização de processos de inovação terapêutica, a admissão
de 6000 novos profissionais, a reposição de horas de trabalho e de remuneração dos profissionais, o
descongelamento de carreiras, a redução de taxas moderadoras, o plano de investimento em novos hospitais e
centros de saúde.
Sr. Primeiro-Ministro, há 30 anos, homens e mulheres de 60 e 70 anos eram os doentes que preenchiam os
nossos serviços de urgência; hoje, estes homens de 60 e 70 anos acompanham à urgência os seus pais, de 90
e 95 anos. Este é o verdadeiro padrão de transição demográfica, a par de uma baixa natalidade. Este é o nosso
principal desafio no futuro.
Por isso, pergunto-lhe, Sr. Primeiro Ministro: perante estes novos desafios demográficos, tem o Governo
condições, na linha de orientação histórica do Partido Socialista na área da saúde, para, em 2018, reforçar o
acesso, melhorar a prontidão e consolidar a qualidade do serviço prestado, num quadro de responsável equilíbrio
orçamental, associado a sensibilidade social?
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Presidente, Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Sales, V. Ex.ª, para além de Deputado, é
médico e, portanto, sabe, por experiência própria, do que estamos aqui a falar. E, efetivamente, aquilo que custa
muito à direita, hoje, assumir é que temos vindo a conseguir introduzir, passo a passo, melhorias no
funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, ao mesmo tempo que conseguimos uma saudável redução do
défice orçamental, que era o alfa e o ómega da sua política e que só conseguiram ir concretizando à custa do
corte das pensões, do corte dos salários e do brutal desinvestimento em serviços públicos.
É evidente que a acumulação desse brutal desinvestimento hoje tem um custo acrescido, em termos de
reposição, pelo que muito daquilo que encontramos é o que ainda não conseguimos reverter do que se foi
deteriorando ao longo de quatro anos de prolongado desinvestimento. Aquilo que temos de fazer é continuar a
dar respostas, e a dar respostas das formas mais diversas.
Ninguém aqui referiu, mas, logo no primeiro ano, reduzimos em 25% as taxas moderadoras suportadas pelos
utentes do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.