3 DE FEVEREIRO DE 2018
47
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Alteraram o Código do Trabalho, que foi resultado de um
acordo de concertação social e deitam fora esse acordo, ficando apenas o negócio entre os partidos da maioria
de esquerda. Mais: em vez de fazerem uma revisão coerente do Código do Trabalho, fazem-no em prestações,
em sucessivas negociações.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o tempo de que dispunha, Sr. Deputado. Peço-lhe que conclua.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Terminarei, Sr. Presidente, dizendo que é óbvio que merece,
por isso, a nossa mais completa censura.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma declaração de voto oral, tem a palavra a Sr.ª Deputada Wanda Guimarães.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Sr. Presidente, começo por informar o Hemiciclo que se encontram
presentes, na Galeria I, as estruturas representativas dos trabalhadores da PT, cujos membros o Partido
Socialista saúda, sobretudo pela solidariedade, perseverança e maturidade que souberam mostrar neste
processo. Sim, digo maturidade, porque perceberam e aceitaram logo desde o início que o Partido Socialista
não legisla para uma empresa, o Partido Socialista legisla por um princípio.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Não é admissível que, à pala de uma interpretação abusiva e fraudulenta
da lei, deturpando e desvirtuando o objetivo da diretiva que lhe tinha dado origem, se espezinhem e violem
direitos.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Queremos ainda sublinhar que para nós foi muito gratificante percorrer
este caminho com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português e que, apesar da identidade própria
de cada partido e das suas diferentes perspetivas, o resultado a que chegámos mostra que é possível construir
em conjunto algo positivo e verdadeiramente útil à sociedade onde vivemos, porque contribui para o bem comum
de trabalhadores e empresas.
De facto, conseguimos, os três partidos, não interferindo na organização interna das empresas e preservando
a sua independência, densificar conceitos, clarificar e reforçar os direitos dos trabalhadores, esclarecendo a
situação.
Por fim, gostava de acrescentar o seguinte: na última reunião do grupo de trabalho, fomos acusados pela
direita de estar a fomentar a conflitualidade laboral.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo. Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Concluo já, Sr. Presidente.
Ora, só pode afirmar uma coisa dessas quem não tem a mais pálida ideia do que se passa nas empresas.
Conflitualidade laboral…
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — … é a que existe agora.
Só existe conflitualidade laboral quando os trabalhadores são maltratados, quando os seus direitos são
espezinhados e violados.
Muito obrigado, Sr. Presidente.