3 DE FEVEREIRO DE 2018
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O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Queria só dizer, Sr. Presidente, que estas bancadas, que fazem parte desta solução de governo, não têm
nenhum compromisso com os trabalhadores.
Aplausos do PSD.
Protestos das Deputadas do PCP Carla Cruz e Diana Ferreira.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa não regista mais inscrições, embora dois grupos parlamentares
ainda não tenham intervindo neste ponto. Peço que haja menos tática e mais rapidez. O PS e o CDS ainda não
usaram da palavra, mas, se não se inscreverem, damos por encerrada a discussão destas iniciativas.
Pausa.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Tavares, do Grupo Parlamentar do PS, para uma intervenção.
A Sr.ª Carla Tavares (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As políticas de austeridade levadas a
cabo pelo anterior Governo, da maioria PSD/CDS, conduziram o País a um aumento do desemprego sem
precedentes, com efeitos sociais devastadores sobre os mais jovens, sobre os trabalhadores menos qualificados
e sobre as famílias. Ficaram sem emprego milhares de portugueses.
Sr.ª Deputada Carla Barros, são estas as contas que o Partido Socialista fez.
Protestos de Deputados do PSD.
Aquele período ficará para sempre associado à desvalorização da dignificação do trabalho e dos direitos dos
trabalhadores, mas também à desvalorização e ao desrespeito pelo diálogo social e pela negociação coletiva.
O Governo do Partido Socialista e a maioria parlamentar que o suporta definiram desde sempre como
prioridade — sendo, aliás, essa a sua essência — a recuperação dos rendimentos e dos direitos subtraídos aos
trabalhadores durante o Governo da anterior maioria, PSD/CDS.
O Governo do Partido Socialista definiu, pois, como prioridades a promoção de mais e melhor emprego, o
combate à precariedade, a recuperação do dinamismo do diálogo social quer em sede de concertação social,
quer promovendo e reforçando a negociação coletiva, alargando a publicação de portarias de extensão.
Desde que o atual Governo tomou posse, foram repostos quatro feriados obrigatórios; o salário mínimo foi
aumentado para os atuais 580 €, mantendo-se o compromisso assumido de chegar aos 600 € em 2019; foi
aprovado o programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública
(PREVPAP), concedendo dignidade a milhares de trabalhadores, que poderão ter finalmente estabilizada a sua
situação de trabalho; foi aprovada legislação específica de combate às formas modernas de trabalho forçado;
foi aprovada legislação específica para a prevenção da prática de assédio no trabalho; foram repostas as 35
horas de trabalho na função pública.
Nos últimos dois anos, foram criados mais 288 000 postos de trabalho, 78% dos quais são contratos sem
termo, e a taxa de desemprego fixou-se nos 7,8% em dezembro de 2017, a mais baixa desde 2004.
Bem sabemos que há ainda muito a fazer e a maioria que suporta o atual Governo terá sempre um papel
fundamental a desempenhar, pois, como referiu ontem o nosso Primeiro-Ministro, é com esta maioria que
queremos continuar a melhorar a qualidade do emprego e do mercado de trabalho.
Todavia, há que definir prioridades e o atual Governo nunca escondeu, bem pelo contrário, sempre afirmou,
que o combate à precariedade é a prioridade, como o é o aumento do salário mínimo nacional, como o é a
dinamização da contratação coletiva, como o é o combate ao desemprego jovem, como o é a transição das
carreiras mais longas para a reforma a tempo parcial.