I SÉRIE — NÚMERO 44
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A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Agora, falemos do setor público. Então, porque é que o PSD não acompanha
esta matéria para o setor público, Sr.as e Srs. Deputados? Porque, tal como a Sr.ª Deputada Relatora do parecer,
Carla Tavares, diz, e bem, os proponentes das iniciativas não se referem aos impactos financeiros desta medida.
Não sei se a Sr.ª Deputada já tem as contas, mas, se tiver, pode partilhá-las.
Os proponentes das iniciativas não têm as contas feitas e estão constantemente a apresentar aos
portugueses esta falta de rigor, esta falta de seriedade. Os portugueses não o merecem, temos de o denunciar,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos das Deputadas do BE Joana Mortágua e do PCP Diana Ferreira.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — … e poderíamos estar o dia todo a apontar erros, a apontar falhas, a apontar
falta de compromisso com os funcionários públicos.
Porque estamos a falar de funcionários públicos, vamos falar, então, Sr.as e Srs. Deputados, do compromisso
que assumiram quanto às 35 horas para todos os funcionários públicos. Acontece que, ainda hoje, temos
funcionários públicos a trabalhar no mesmo local de trabalho, uns com 35 horas e outros com 40 horas.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — As Sr.as e os Srs. Deputados também assumiram um compromisso com
milhares e milhares de trabalhadores precários, quando lhes prometeram a integração. E o que é que temos, na
verdade? Temos um caos sem fim à vista.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — São só promessas!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Quanto ao descongelamento das carreiras, Sr.as e Srs. Deputados, os
senhores abrem a caixa e parece o Paraíso, mas, quando se vai ver, está o caos instalado.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
Estamos no início de 2018, quando o processo de descongelamento das carreiras devia estar em pleno
funcionamento, mas ainda se estão a aferir critérios.
Mas podemos falar de mais matérias.
Temos, por exemplo, centenas e centenas de trabalhadores que aguardam a decisão final da consolidação
da mobilidade intercarreiras e cujos processos estão parados no Ministério das Finanças.
Temos, por exemplo, 127 trabalhadores do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que
aguardam a decisão final da consolidação da sua mobilidade.
Temos também, pois claro, um Governo que anuncia o combate à precariedade, que tem planos de combate
à precariedade — pelo menos, é isso que diz —, no entanto, a precariedade está a aumentar.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — São só promessas!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, não compreendo porque é que há tanta boa
disposição nas bancadas do Bloco de Esquerda e do PCP.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Porque o que está a dizer é ridículo!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — São ridículas as promessas!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Comem anedotas ao pequeno-almoço!