10 DE FEVEREIRO DE 2018
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Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Vai agora ser lido, pela Sr.ª Secretária Idália Serrão, o voto n.º 477/XIII (3.ª) — De saudação pelo dia da
tolerância zero à mutilação genital feminina — 6 de fevereiro, apresentado pelo PS, pelo PSD, pelo BE, pelo
CDS-PP, pelo PCP e pelo PAN.
A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«As Nações Unidas declararam o dia 6 de fevereiro dia da tolerância zero à mutilação genital feminina (MGF).
Este flagelo afeta 200 milhões de mulheres, raparigas e meninas em todo o mundo e, se nada for feito até 2030,
serão mais 15 milhões. Esta prática nefasta é realizada em mais de 50 países, estimando-se que em Portugal
existam cerca de 6000 mulheres mutiladas, o que tem resultados dramáticos sobre a saúde sexual e reprodutiva
das vítimas, mas também sobre o livre desenvolvimento e a dignidade da pessoa humana.
A MGF atenta contra a saúde das mulheres e raparigas e tem na sua origem práticas culturais ancestrais
que não podem ser entendidas como justificação para a violação dos direitos humanos.
Portugal tem, desde 2007, planos de ação de combate à MGF, no âmbito da saúde e da educação, assim
como no apoio a organizações não-governamentais e ao nível da cooperação internacional, em particular com
o Fundo das Nações Unidas para a População e com o comité contra as práticas nefastas à saúde da mulher e
da criança da Guiné-Bissau.
O Parlamento português, nos fora interparlamentares onde participa e na ação efetiva, deve continuar a
afirmar a universalidade e o respeito pelos direitos humanos das mulheres, raparigas e meninas, de acordo com
as convenções internacionais ratificadas por Portugal, nomeadamente a Convenção sobre os Direitos da
Criança, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, a
Convenção de Pequim e outros planos de ação resultantes da Conferência Internacional sobre População e
Desenvolvimento.
O Parlamento português tem tido uma voz ativa contra a MGF, quer através do Grupo Parlamentar Português
sobre População e Desenvolvimento e da Subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação, quer através de
iniciativas legislativas, com destaque para a autonomização, em 2015, do crime no Código Penal, no seguimento
da Convenção de Istambul.
Este ano, o lema do dia da tolerância zero é ‘O fim da MGF é uma decisão política: tolerância zero das
instituições regionais e sub-regionais’.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, reafirma o seu firme compromisso em
contribuir para o combate a esta prática nefasta e para o cumprimento da Agenda 2030 das Nações Unidas,
com vista à erradicação da mutilação genital feminina.
As Deputadas e os Deputados do Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento
subscrevem este voto».
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 477/XIII (3.ª), que acabou de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Passamos ao projeto de resolução n.º 1312/XIII (3.ª) — Recomenda a realização de um concurso geral de
professores em 2018 e a alteração do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos
básico e secundário (PCP), relativamente ao qual o CDS-PP solicita a votação em separado do ponto 2.
Sendo assim, vamos começar pela votação do ponto 2.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do BE, do CDS-PP, do PCP, de Os Verdes e
do PAN e votos contra do PS.
Vamos votar os pontos 1 e 3 do mesmo projeto de resolução.