22 DE FEVEREIRO DE 2018
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Crescimento elevado do investimento, significativo reforço do investimento direto estrangeiro, crescimento
elevado e cada vez mais diversificado das exportações — esta é a marca da sustentabilidade.
A aposta nas qualificações e a aposta na inovação, de que é um excelente exemplo a aposta nos laboratórios
colaborativos, recentemente apresentada pelo Primeiro-Ministro e pelo Ministro da Ciência, são formas de
qualificar e valorizar o tecido produtivo português, aumentando a produtividade sem ser à custa do emprego e
dos salários.
É preciso reconhecer que o aumento do rendimento das famílias e o crescimento do consumo que lhe está
associado são a causa e a consequência do crescimento económico.
Mais e melhor emprego, mais rendimento e melhores salários, aumento real das pensões e melhoria da
proteção social (rendimento social de inserção, subsídio de desemprego, abono), mais justiça fiscal e melhor
distribuição do rendimento, nada disto é um mero resultado do crescimento, muito menos uma espécie de prémio
por sacrifícios passados, é uma parte integrante e fundamental do crescimento que temos hoje e que queremos
continuar a ter no futuro.
A competitividade faz-se incluindo as pessoas e as suas condições de vida, nunca se faz contra essas
pessoas ou em oposição a elas.
Aplausos do PS.
Portugal cresce hoje de forma inclusiva e sustentável, reduzindo a pobreza e as desigualdades e investindo
no futuro. É este o rumo que queremos manter e aprofundar, é este o compromisso do PS, hoje e sempre.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, a Mesa regista a inscrição de quatro Srs. Deputados para pedir
esclarecimentos. Como pretende responder?
O Sr. João Galamba (PS): — Dois a dois, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Assim, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero cumprimentar o Sr. Deputado
João Galamba pelo tema que trouxe, tendo-nos falado sobre os dados do crescimento económico.
Sobre esta matéria, gostava de dizer, em primeiro lugar, que o facto de Portugal estar a ter crescimento
económico é bom, é um facto positivo. Pena é, é o que posso dizer, que neste ano em que estamos, 2018,
segundo as previsões, não venhamos a ter um crescimento tão expressivo como o que tivemos em 2017.
Sobre este ponto estaríamos de acordo, o problema é que o Sr. Deputado, não contente em elencar estes
factos — claro! —, tinha de vir falar-nos do maior crescimento do século, do quase maior crescimento de sempre.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Do milénio, mesmo!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Aliás, já tinha ouvido todas estas teorias quando se falava do melhor
défice do século, em todo um clima de euforia, apesar de alguns avisados conselhos, certamente, até de
pessoas bastante mais sensatas do que eu, desaconselharem a euforia. A euforia, Sr. Deputado, é sempre má
conselheira.
Também seria mais credível, Sr. Deputado, não fosse o facto de quase todos nesta Casa e nestas bancadas
já terem ouvido as expressões «o maior crescimento do século», «o melhor défice de sempre».
Sr. Deputado, lembro-me bem de já ter ouvido exatamente estas expressões, e não foi assim há tanto tempo,
não foi sequer há dois anos. Quando é o Governo a utilizá-las, podemos fingir, pelo menos, que estamos a falar
de coisas diferentes, porque tivemos o Primeiro-Ministro Sócrates a dizê-las e temos agora o Primeiro-Ministro
António Costa a dizê-las, tivemos o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos a dizê-las e temos agora um
protagonista diferente, o Ministro Mário Centeno. Mas aqui, no Parlamento, da parte do PS, o protagonista a
dizê-las continua a ser o Deputado João Galamba.