22 DE FEVEREIRO DE 2018
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partir do Governo, particularmente a partir do último Governo, com a ação destruidora do País e dos direitos dos
trabalhadores.
Parece-nos que também é relativamente clara a tentativa de branqueamento das responsabilidades que o
PSD tem nos gravíssimos problemas estruturais que o País continua a atravessar.
E parece-nos igualmente claro que o PSD está a procurar encontrar o caminho que permita recuperar essa
política de agravamento da exploração e do empobrecimento que desenvolveu a partir do último Governo.
No fundo, o PSD procura parecer que abandonou aquilo que fez no Governo, mas, na verdade, mantém
exatamente a mesma orientação, exatamente o mesmo sentido da política de desastre nacional que executou
no anterior Governo.
E isso é particularmente claro, Sr. Deputado Feliciano Barreiras Duarte, quando se olha para o que foi dito
em relação à segurança social e aquilo em que o PSD insiste, não só no sentido da privatização da segurança
social, mas também, e de novo, em retomar a discussão sobre a sustentabilidade da segurança social para
chegar à conclusão de que é preciso ou cortar pensões e prestações sociais,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Não é nada disso!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … ou mexer nas receitas da segurança social.
Isso é também particularmente claro quando o PSD insiste em que, em relação à saúde, o caminho tem de
ser o da privatização, o do negócio da saúde, com o SNS num plano secundário, depauperado de recursos e
de investimento e apenas limitado a cuidados de saúde mais básicos para quem não tem recursos económicos,
o que acontece igualmente em relação à educação, onde propõe, por exemplo, no ensino superior, uma lógica
de ensino superior para as elites e comandado pelos interesses dos grandes grupos económicos.
Ora, isto leva ao primeiro conjunto de questões que queria deixar ao Sr. Deputado, que são as seguintes: o
PSD está mesmo convencido de que os portugueses já se esqueceram do mal que os senhores lhes fizeram e
que lhes perdoam?
Protestos do Deputado do PSD Hugo Lopes Soares.
Até quando é que o PSD vai insistir na recusa em reconhecer o mal que fez ao País e aos portugueses, o
mal que fez aos trabalhadores e ao povo? Até quando vão insistir na recuperação dessa política que executaram
contra os interesses dos trabalhadores e do povo?
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Concluo já, Sr. Presidente.
Um segundo aspeto que queria registar muito rapidamente tem a ver com o seguinte: não faltam elementos
que revelam a convergência entre PS, PSD e CDS em matérias que são estruturais para o País, infelizmente
com os exemplos que se concretizam, de que dessas convergências só resultam prejuízos para o País, para os
trabalhadores e para o povo.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Na aceitação das imposições da União Europeia, na recusa da renegociação da dívida, na manutenção do
domínio do capital monopolista sobre setores estratégicos ou em matérias, por exemplo, como aquela que
aconteceu há 15 dias, com a recusa da proposta que o PCP fez para o pagamento do trabalho extraordinário, a
convergência entre PS, PSD e CDS tem como consequência prejuízos para o País, para os trabalhadores e
para o povo.
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.