23 DE FEVEREIRO DE 2018
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O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e
Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 5 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade para abrirem as galerias.
Como primeiro ponto da ordem do dia temos um debate de atualidade, requerido pelo CDS-PP, ao abrigo do
artigo 72.º do Regimento da Assembleia da República, sobre segurança interna.
Para abrir o debate, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr.ª e Srs.
Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Marcámos para hoje este debate de atualidade. E a lógica do
debate de atualidade, obviamente, tem de ser a de trazer a discussão uma matéria que esteja no dia a dia e nas
nossas preocupações, e esta matéria está, indiscutivelmente, na ordem do dia, designadamente no que diz
respeito ao descontentamento, à preocupação e à desmotivação nas próprias forças de segurança.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — A primeira razão desta preocupação e deste descontentamento, como o
Sr. Ministro muito bem saberá, tem a ver, precisamente, com as expectativas criadas pelo Governo, as
promessas que foram feitas pelo Governo e que parecem não ter solução, nem resolução.
À cabeça, Sr. Ministro, temos a questão das carreiras e a questão do chamado «desbloqueamento das
posições remuneratórias». O Sr. Ministro sabe, tão bem como eu, que, dos cerca de 20 000 polícias, 18 500
estariam em condições de progredir na sua carreira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Aquelas que o CDS cortou!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Desses, alguns deles estão, desde 2008 ou, pelo menos, desde 2010
colocados na primeira posição, ou seja, estão a receber, desde que entraram, num regime probatório, como se
fossem simplesmente meros estagiários há muito tempo. O Governo e a maioria prometeram resolver esta
matéria. O Orçamento do Estado tem esta matéria inscrita, designadamente nos artigos 18.º e 19.º, para ser
resolvida.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Sr. Ministro prometeu que resolveria esta matéria, mas, à semelhança
do que aconteceu, por exemplo, com os professores, nesta área e neste setor o Sr. Ministro não abriu, sequer,
negociações e isto faz com que as forças de segurança, no seu todo, se tenham dirigido não ao Ministro, nem
aos Ministros respetivos, mas ao Primeiro-Ministro, dizendo do seu descontentamento e da desmotivação e
instabilidade que isto está a causar nas forças de segurança. É muito preocupante, porque estamos a exigir a
estas mulheres e a estes homens que realizem o seu trabalho com cada vez mais menos condições e com cada
vez mais menos meios.
Segundo aspeto, Sr. Ministro: a Assembleia da República aprovou, e fê-lo de forma claríssima em janeiro, a
existência de um subsídio de risco.
As perguntas são óbvias: o Sr. Ministro vai, ou não, abrir negociações para o desbloqueamento das carreiras?
O Sr. Ministro vai, ou não, abrir negociações ou regulamentar o subsídio de risco a atribuir às forças de
segurança? Já agora, se nos puder dizer, Sr. Ministro, quando é que vai dar início a estes processos?
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Quando é que vai tomar estas decisões?