23 DE FEVEREIRO DE 2018
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A próxima reunião plenária realiza-se amanhã, às 10 horas, tendo como ordem do dia um debate com o
Ministro da Saúde, ao abrigo do artigo 225.º do Regimento.
Está encerrada a sessão.
Eram 18 horas e 55 minutos.
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Declarações de voto entregues à Mesa para publicação
Relativa ao voto n.º 487/XIII (3.ª):
O PCP é solidário com os homens, as mulheres e as crianças vítimas da guerra de agressão contra a
República Árabe Síria, exigindo o fim da hedionda agressão que está na origem da morte, destruição e
sofrimento que têm sido impostos desde há sete anos àquele país.
Por isso rejeitamos a propaganda que visa branquear a agressão e os seus responsáveis, assim como os
reais objetivos de quem a faz, defende ou promove.
A questão que verdadeiramente está colocada é a de saber quem está do lado da paz, da defesa da
soberania dos Estados e da solução política e pacífica dos conflitos, da defesa dos direitos; e quem,
reproduzindo a propaganda de guerra, se coloca do lado das agressões, do desrespeito da Carta das Nações
Unidas e da legalidade internacional, da destruição de Estados soberanos, da ingerência, da morte e da
destruição.
Depois de terem criado, financiado e armado o Daesh, dividido o Iraque e promovido a guerra na Síria, os
Estados Unidos da América e os seus aliados — em especial, Israel, Turquia e França — procuram superar a
derrota infligida aos seus grupos terroristas e retomar, agora pelas suas próprias mãos, o objetivo da divisão da
Síria — tal como fizeram no Iraque e na Líbia.
Apoiam-se, uma vez mais, numa gigantesca operação mediática que reproduz a propaganda de guerra para
dar suporte aos seus objetivos.
Títulos e textos de notícias exatamente iguais em todo o mundo. Reportagens e imagens chocantes
interpretadas com as mesmas legendas e comentários. Um dito «observatório» sediado em Londres a ser
utilizado como «fonte inquestionável» sobre a situação na Síria.
Tudo a acontecer hoje como aconteceu com as inventadas armas de destruição massiva do Iraque ou na
preparação para a agressão à Líbia.
O BE opta por cavalgar a onda mediática e reproduz toda a propaganda de guerra dos Estados Unidos e dos
seus aliados, apresentando um voto que poderia ter sido subscrito pelo próprio Donald Trump.
Não estranha que o façam depois de terem branqueado e apoiado objetivamente a agressão à Líbia, com
todo o seu rol de morte, sofrimento e destruição.
O voto do BE esconde por completo o facto de grupos terroristas, como o Jabhat al-Nusra, terem recusado
terminantemente a possibilidade da sua saída pacífica da região de Ghouta e continuarem a bombardear zonas
residenciais de Damasco.
O voto do BE esconde que os sucessivos apelos à deposição das armas e as tentativas de iniciar
negociações de paz nos subúrbios de Damasco têm esbarrado na recusa por parte dos grupos terroristas, que
insistem em prosseguir a sua ação de morte e destruição, mantendo como refém a população.
O voto do BE esconde que os contínuos esforços de prestar ajuda humanitária e de socorrer as populações
têm vindo a ser constante e premeditadamente boicotados pela ação dos grupos terroristas.
O voto do BE esconde por completo a ação que os Estados Unidos e os seus aliados têm vindo a desenvolver
no sentido de dar cobertura a grupos terroristas como o Daesh e o Jabhat al-Nusra, nomeadamente permitindo
que continuem a sua ação terrorista a coberto de um regime de cessar-fogo imposto apenas às forças militares
que os combatem.
O voto do BE esconde por completo a tentativa dos Estados Unidos e seus aliados de condicionar e impedir
— por diversas formas, incluindo através de uma nova escalada militar — o desenvolvimento do processo de
negociações, tentando assim entravar a solução pacífica para o conflito que promovem há já sete anos e que
pretendem manter.