I SÉRIE — NÚMERO 60
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a especialização. E na especialização há algo que é absolutamente essencial, como resulta do relatório da
Comissão Técnica Independente, que é termos as forças especializadas em enfrentar as chamas e as forças
especializadas em proteger e socorrer as pessoas e os seus bens. Esta distinção é muito importante para, num
cenário de catástrofe como aquele que vivemos, podermos ter uma resposta mais eficaz. É este o modelo que
está a ser desenhado e é este o modelo que iremos implementar ao longo dos próximos anos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, podemos, então, concluir que
há uma preocupação clara e diferenciada em tratar do socorro e do resgate às vítimas?! É que isso é muito
importante para que não volte a acontecer o que aconteceu e que só agora ficou claro. Já sabíamos que, durante
duas horas, não houve combate ao fogo, não houve nenhum meio aéreo, mas também ficámos a saber que
houve pessoas que estiveram muitas horas à espera de serem socorridas e que acabaram por falecer.
Queria perguntar-lhe também, porque é importante até, depois, do ponto de vista indemnizatório, por que é
que ainda não há um mandato claro para a equipa do Prof. Xavier Viegas fazer o levantamento de tudo o que
se passou em outubro.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, o Sr. Ministro da Administração
Interna diz-me que já há um mandato claro para o trabalho do Sr. Prof. Xavier Viegas.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada Assunção Cristas, faça favor de continuar no uso da palavra.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, então, convém transmitir isso
ao Prof. Xavier Viegas, porque, ontem, nesta Casa, ele disse que ainda não havia mandato claro, que estavam
à espera de questões burocráticas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Portanto, ainda bem que o diz aqui, e espero que isso seja
esclarecido e resolvido.
Ainda sobre as questões de preparação e prevenção, pergunto-lhe: de que forma é que está a ser organizada
a relação entre o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) e a ANPC (Autoridade Nacional de Proteção
Civil), de forma a que todos os alertas meteorológicos tenham uma consequência rápida, imediata e pronta na
preparação e na prontidão do dispositivo, porque isso falhou redondamente em outubro?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, entre as medidas que estão
previstas na capacitação está, precisamente, a integração de todas estas informações. Aliás, e já o disse
publicamente, não tenho dificuldade em assumir que não tenho a menor das dúvidas de que a grande falha em
outubro foi, claramente, ter sido subestimado o impacto no território continental do alerta do IPMA quanto ao
impacto daquele tufão no território continental.
Aplausos do PS.