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I SÉRIE — NÚMERO 60

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coletivos e, por outro, agilizámos e desburocratizámos o processo das portarias de extensão. Hoje, felizmente,

temos muito mais trabalhadores cobertos por contratação coletiva do que tínhamos no início desta Legislatura.

Mas também acreditamos no diálogo social ao nível das empresas e temos procurado sempre acarinhar que

esse diálogo social seja produtivo, na sequência dos bons exemplos de diálogo social a que, ao longo de anos,

algumas empresas nos habituaram, como a Autoeuropa. Neste momento, na Autoeuropa têm havido

dificuldades na progressão desse diálogo e a posição do Governo tem sido sempre a de apoiar as partes, na

tentativa de que o diálogo social a esse nível também possa ter sucesso. Isto porque não temos a menor das

dúvidas de que a razão de ser da existência do direito do trabalho, a razão de ser do diálogo social, a razão de

ser da concertação social é a de que, efetivamente, é necessário igualar uma relação que, por natureza, é

desigual e onde a parte mais frágil tem de ser devidamente protegida.

Por isso, o diálogo social é necessário e nós, não tenha dúvidas, tudo faremos para proteger o diálogo social

e a concertação coletiva. E é também por isso que as alterações à legislação laboral serão feitas como sempre

dissemos, aqui, na Assembleia da República, mas sem fazermos o esforço de obter um acordo na concertação

social. A generalidade das vezes tem sido possível, mas quando não tem sido possível temos avançado mesmo

sem esse acordo. Não temos deixado de avançar e é isso que iremos continuar a fazer.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, agradeço-lhe a resposta a uma parte

da pergunta, mas falta a outra, a das longas carreiras contributivas. E o fator de sustentabilidade? Depois, se

pudesse, nos segundos de que ainda dispõe, agradecia que me respondesse.

Queria só suscitar uma última nota sobre a Associação Mutualista, que é a dona do Montepio. A Associação

Mutualista fez uma manobra para disfarçar a sua própria contabilidade. Achamos que isto é grave e que coloca

muita fragilidade e pressão sobre o setor; aliás, mostra que está muita coisa mal em tudo o que tem acontecido.

Mas não era sobre isto que queria falar-lhe.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Então, por que é que falou?!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — A manobra contabilística que a Associação Mutualista faz permite-lhe ter

um benefício fiscal que é seguramente inferior àquele que poderia ter com a legislação do PSD/CDS, porque já

alterámos alguma coisa. Em todo o caso, é seguramente um benefício fiscal alto demais e que faz com que as

pessoas se questionem: como é possível uma empresa ter um benefício fiscal assim? O Bloco de Esquerda já

pediu todos os esclarecimentos ao Governo sobre esta matéria e é importante que fique tudo explicado, por

causa não só da situação da Associação Mutualista…

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou o tempo de que dispunha.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — … mas também da situação do Montepio — o banco — e, seguramente,

por causa do que são benefícios fiscais neste País e da sua razoabilidade, ou não.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, sobre a questão das longas

carreiras contributivas responderei o mesmo que respondi há 15 dias — a frequência deste diálogo, de 15 em

15 dias, muitas vezes, não permite trazer novidades. Há uma coisa que a Sr.ª Deputada sabe, que é a de que

saberá primeiro do que todos os outros Deputados, ou do que quase todos os outros Deputados, o que o

Governo irá apresentar,…