16 DE MARÇO DE 2018
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Vozes do PSD: — Porquê?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque isso é objeto, aliás, das Posições Conjuntas com o Bloco de Esquerda,
com o PCP e com Os Verdes. E, portanto, o Governo nunca apresentará nada publicamente que não seja
previamente também concertado com a Sr.ª Deputada, e iremos cumprir aquilo a que nos comprometemos fazer,
que é prosseguir o trabalho. É isto que iremos fazer.
Quanto à questão da Associação Mutualista, há algo que gostaria de deixar bem claro: o Governo não tomou
qualquer decisão, nem teve qualquer tipo de intervenção. A Associação Mutualista tinha, pelo seu Estatuto,
isenção de IRC. Por ter alterado o seu perfil, colocou à Autoridade Tributária a questão de saber se mantinha,
ou não, a isenção. A Autoridade Tributária entendeu que, face ao novo perfil da Associação Mutualista, tinha
perdido as características que lhe permitiam ter isenção de IRC e que, por isso, passava a ser contribuinte em
sede de IRC. O Governo não teve qualquer intervenção nisto, foi uma decisão da Autoridade Tributária, que
tomou uma posição com efeito vinculativo. A partir desse momento, a Associação Mutualista passou a ter o
estatuto de qualquer outro contribuinte em sede de IRC. Ou seja, passou a ser obrigada a pagar IRC, mas
também passou a poder deduzir…
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, peço-lhe o favor de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já concluir, Sr. Presidente.
Como eu estava a dizer, a partir daí, a Associação Mutualista passou a ser obrigada a pagar IRC, mas
também passou a poder beneficiar do conjunto de mecanismos de dedução ou de deferimento que estão
previstos para qualquer outro contribuinte em sede de IRC.
A informação de que dispomos é esta e, portanto, aquilo que se verificou com a Associação Mutualista é o
que se verificará com qualquer outro contribuinte em sede de IRC.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular as perguntas, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra
a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ontem mesmo, esteve nesta
Casa o Prof. Xavier Viegas e várias questões ficaram clarificadas sobre o que se passou em junho do ano
passado com os incêndios florestais. Já sabíamos que tinha falhado, inexplicavelmente, o combate e ficámos a
saber que também falhou o socorro e o resgate às vítimas.
Pergunto: o que está a ser feito de então para cá e o que vai mudar para que a busca e o salvamento sejam
eficazes e para que não aconteça o que aconteceu em junho?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, começo por felicitá-la pela sua
reeleição como líder do CDS-PP e pelo grande impacto mediático do Congresso que realizaram no passado fim
de semana. Faço os maiores votos do maior sucesso na liderança ambiciosa do CDS-PP com que se apresentou
ao Congresso e ao País.
Como sabe, o relatório do Prof. Xavier Viegas, que tinha sido encomendado pelo Governo, ainda pela Sr.ª
Ministra Constança Urbano de Sousa, analisa pormenorizadamente o processo. Aguardamos, aliás, o resultado
dos trabalhos da Comissão Técnica Independente também sobre os incêndios de 15 de outubro. Em 21 de
outubro, o Governo aprovou um conjunto de medidas sobre a reforma do sistema de gestão integrada de
prevenção e combate dos incêndios rurais e é este programa que estamos a executar. Este programa prevê,
designadamente, em primeiro lugar, uma maior integração entre a prevenção e o combate, em segundo lugar,
maior capacitação e profissionalização em todas as fases, desde a prevenção ao socorro, e, em terceiro lugar,