O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE MARÇO DE 2018

3

de ordenamento com a aprovação, durante este semestre, dos diferentes planos regionais de ordenamento

florestal (PROF).

Os efeitos estruturais da reforma da floresta, como todos sabemos, só serão visíveis a prazo, mas, como

qualquer plano a longo prazo, são necessárias medidas imediatas que contribuam para assegurar a redução do

risco de incêndio.

A prevenção tem de ser assumida como uma prioridade, seja através da diminuição da carga combustível,

seja através do reforço das equipas que durante todo o ano cuidam da floresta.

Assim, e tal como aprovado nesta Assembleia, está aberto o concurso para a constituição de 100 novas

equipas de sapadores florestais, a que se juntam 21 técnicos intermunicipais, relativos às 23 comunidades

intermunicipais (CIM), e 55 novos vigilantes da natureza.

Apresentámos, há uma semana, as prioridades de instalação de redes primárias e secundárias de defesa de

faixas de interrupção, de controlo de vegetação e limpeza de caminhos e aceiros em áreas do Estado e, desde

hoje, estão abertos todos os concursos para a execução das obras não só na propriedade pública, como também

na propriedade privada.

Já em outubro, tínhamos lançado um investimento de 28 milhões de euros para que a Infraestruturas de

Portugal concretizasse as faixas de proteção nas linhas ferroviárias e nas estradas que estão sob a sua gestão.

Para termos uma dimensão da extensão deste trabalho, tal implicará a limpeza de cerca de 20 000 km lineares.

Os parques naturais e as áreas protegidas têm destaque no nosso programa de prevenção estrutural contra

incêndios.

Depois de termos testado, no ano passado, no Parque Peneda-Gerês, o projeto-piloto com o qual

conseguimos reduzir em 50% a área ardida por comparação com o ano anterior, alargamos agora esse projeto

a quatro novos parques naturais.

A limpeza dos matos constitui um passo fundamental para termos uma floresta mais resiliente e resistente

ao risco de incêndio, uma floresta que contribua para a vitalidade do mundo rural, que seja fonte de rendimento

para as populações, de fixação de emprego e não uma ameaça à segurança de todos.

Revela-se, pois, prioritário dar cumprimento à legislação que obriga à limpeza das propriedades privadas,

uma obrigação que impende em primeiro lugar sobre os proprietários. O que se exige agora é o mesmo que se

exige desde 2006, só que ao longo destes 12 anos foi ficando sempre por cumprir.

Quero aqui saudar o enorme esforço coletivo que está em curso em todo o País. Nunca, como nestes meses,

houve tão profunda consciência do dever de todos contribuírem para prevenir os incêndios de verão.

Aplausos do PS.

Foi nesse sentido que o Governo criou um conjunto de mecanismos que vieram clarificar os critérios e facilitar

o cumprimento dessa obrigação.

Para o financiamento das operações de limpeza foram criadas duas linhas de crédito: uma, de 40 milhões

de euros, dirigida aos proprietários privados; e, outra, de 50 milhões de euros, destinada às autarquias que

tenham de, subsidiariamente, substituir-se aos proprietários nessa tarefa, podendo contratar os serviços

necessários para esse efeito com recurso a ajuste direto e dispensando mesmo o visto prévio do Tribunal de

Contas. Além disso, e enquanto os proprietários não cumprirem as suas obrigações, os municípios podem tomar

posse administrativa dos terrenos e recolher os proveitos dos seus rendimentos.

Convém, contudo, enfatizar que o prazo que hoje se esgotou para o cumprimento voluntário das obrigações

não retirou dos proprietários o dever de fazerem as limpezas que estão por fazer, nem transferiu dos

proprietários para as autarquias esse encargo.

A partir de hoje, a única coisa que muda é o facto de à obrigação que impende sobre os proprietários acrescer

agora o poder de as autarquias poderem, subsidiariamente, intervir onde espontaneamente os proprietários não

o tenham feito.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Na sequência das recomendações unânimes da Comissão Técnica

Independente constituída nesta Assembleia da República na sequência dos trágicos incêndios de Pedrógão e

de Góis, demos início, em outubro de 2017, à reformulação da estratégia de combate a incêndios, aprovando

um conjunto de medidas que vêm dotar o País dos meios necessários para garantir a eficácia máxima do

sistema.