17 DE MARÇO DE 2018
5
Se em 2017 se chegou a esta situação, esperamos das autoridades administrativas que se investigue e que
o Governo não enfie a cabeça na areia e fique passivo.
Para que a generalidade das empresas em Portugal paguem menos impostos, como devem fazer, algumas
não podem pagar de menos.
Se houver com esta ou outras empresas problemas de legalidade, o PSD exige que se atue sem
contemplações. Se houver insuficiências na lei, exigimos e solicitamos, desde já, que seja realizada e publicada
uma avaliação especializada profunda sobre esta disparidade desigual de tributação nominal e efetiva entre
empresas.
A complexidade desta avaliação recomenda que seja o Governo a promovê-la e, se forem identificadas falhas
e responsabilidades na lei, o PSD contribuirá para a sua alteração por forma a resolver as iniquidades.
Ao Governo exige-se também ação no plano europeu, mas nada temos visto fazer designadamente para
terminarem os casos de desleal competição na tributação das empresas dentro da União Europeia.
Nós, no PSD, defendemos as soberanias fiscais nacionais, mas não podemos aceitar a concorrência desleal
entre países.
Mas não foi apenas aqui que vimos iniquidades por parte do Governo. Também as vimos quando os senhores
subiram os impostos sobre a generalidade das empresas através dos impostos indiretos, como o dos
combustíveis e o imposto sobre veículos, que recaem, sobretudo, sobre as empresas também por causa da sua
especial incidência sobre o gasóleo; ou quando, há umas semanas, vimos o Governo apresentar uma proposta
que altera o regime fiscal para algumas empresas do setor dos transportes marítimos. O que faz é baixar muito
os impostos para alguns e implicar que os impostos para a generalidade sejam mais elevados.
Isto é mais um exemplo da velha política socialista de atribuir privilégios especiais a alguns fazendo a maioria
pagar mais. Vimos isso com as empresas do regime do anterior Governo socialista, com as rendas excessivas
da energia nas PPP (parcerias público-privadas) e na Parque Escolar e voltamos a ver isso…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que é também possível, nesse
campo das rendas excessivas, fazer mais. E a legitimidade que temos, por termos sido os únicos, no anterior
Governo, a cortar mais de 2 mil milhões de euros, justifica que exijamos ao Governo e à maioria de esquerda
que cumpram as palavras que tantas vezes disseram e que, finalmente, façam alguma coisa. É tempo de atos!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado João Paulo Correia inscreveu-se para pedir esclarecimentos ao Sr.
Deputado António Leitão Amaro
Tem, então, a palavra, Sr. Deputado João Paulo Correia.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr. Deputado António Leitão
Amaro, o seu discurso são lágrimas de crocodilo. O PSD tenta branquear o maior aumento de impostos que
houve desde o 25 de abril, que foi operado pelo anterior Governo PSD/CDS,…
Protestos do PSD.
… e vem aqui dizer que, nesta Legislatura, a receita fiscal representa aumento de impostos, o que é
completamente falso! A receita fiscal aumenta, porque a economia cresce e, crescendo, dá mais receita fiscal,
porque a carga fiscal tem-se mantido ou tem diminuído nos últimos anos.
O PSD agendou um tema em relação ao qual tem um histórico muito negativo. Mas vamos a factos.
Nos Orçamentos do Estado para 2017 e 2018, o PSD apresentou uma proposta de descida da taxa de IRC.
Se essa proposta tivesse sido aprovada, a EDP, nos últimos anos, teria pago menos impostos.
Nesta Legislatura, foram apresentadas quatro medidas, que foram aprovadas pelos votos da maioria
parlamentar, em relação às quais o PSD votou contra. Essas medidas foram as seguintes: o aumento da taxa
da derrama estadual do último escalão para empresas com lucros superiores a 35 milhões de euros; a descida