I SÉRIE — NÚMERO 61
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Lembro-o do reforço que fizemos aos incentivos fiscais à capitalização das empresas, para termos empresas
com capitais próprios mais robustos.
Quero também lembrar-lhe os benefícios fiscais que criámos, através do programa Semente, para incentivar
as startups.
Por último, em relação à competitividade, Sr. Deputado, quero também lembrar o IVA alfandegário, que
permitiu que já hoje 3300 empresas tivessem aderido e que é a medida que todas as empresas importadoras
consideram, de forma unânime, como a que melhor contribuiu para a melhoria da sua tesouraria e com isso para
a melhoria da sua competitividade.
Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Sabemos bem onde estava o PSD quando se votou a
restrição à participationexemption, a diminuição do prazo de reporte de prejuízos para as grandes empresas. a
definição do critério material para agravar a tributação feita em jurisdições não listadas.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, isso sabemos, mas há uma coisa que quero dizer-lhe: esperemos que essa seja uma
preocupação real e, nessa medida, aqui estaremos a ouvir as vossas propostas para preservar a base tributária
portuguesa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O PSD agendou para
hoje um debate sobre a equidade na tributação nas empresas.
Mas o que é que significa, para o PSD, a expressão «equidade fiscal»? A resposta é sobejamente conhecida:
por um lado, generosas benesses para as grandes empresas, para os grupos económicos e para as grandes
fortunas; por outro lado, esmagamento fiscal dos trabalhadores, dos reformados, das famílias e também das
micro e pequenas empresas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Todos nos lembramos muito bem que o anterior Governo, PSD/CDS, ao mesmo
tempo que reduzia a taxa de IRC e disponibilizava aos grupos económicos múltiplos instrumentos para o
planeamento fiscal agressivo, que lhes permitia pagar muito menos impostos do que os devidos, impunha aos
rendimentos de trabalho o maior aumento de impostos de que há memória.
Também nos lembramos que, em 2014, o projeto de lei do PCP que visava a tributação mais adequada do
grande capital e que, ao mesmo tempo, reduzia os impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores e o
consumo das famílias, foi chumbado pelo PSD e pelo seu parceiro de coligação, o CDS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Com este passado, num debate sobre equidade fiscal, o PSD não tem lugar à
mesa.
Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o Governo deve clarificar se as notícias que vieram a público
sobre o nível baixíssimo de impostos pagos pela EDP se confirmam ou não.
Sabemos que o Governo não pode revelar dados fiscais sobre os contribuintes concretos, sejam eles
empresas ou particulares, mas pode e deve clarificar se há utilização, por parte das grandes empresas e dos
grupos económicos, de mecanismos que permitem obter reduções significativas de impostos.
Pode e deve divulgar dados sobre as taxas efetivas dos impostos pagos por setor de atividade. Por exemplo,
Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, está disponível para divulgar qual a taxa efetiva média de IRC
no setor energético?