I SÉRIE — NÚMERO 63
22
Se é preciso menos trabalho humano para produzir o mesmo, então que se reduzam os horários, que se
aumentem os salários, que se garanta segurança social para todos, o que significa, num quadro de menor
dependência do trabalho para a produção, diversificar as fontes de financiamento da segurança social.
Hoje, há no País potencialidades imensas para criar riqueza. É possível uma política económica alternativa
dirigida para o investimento de qualidade e para a defesa da produção nacional, que aposte na reindustrialização
do País, no desenvolvimento da ciência e tecnologia e que tenha como objetivo central a criação de emprego.
Os portugueses podem encontrar na política patriótica e de esquerda que defendemos para o País essa
resposta necessária para enfrentar os problemas e contribuir para a construção de uma sociedade sem
exclusões. É esse o trabalho e o combate que o PCP não desistirá de levar por diante.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, agradeço o cumprimento absolutamente rigoroso,
milimétrico, do tempo de que dispunha.
Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Costa Silva, do PSD.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Antes de mais, gostaria de
agradecer ao Partido Socialista por trazer a debate o tema tão importante da ligação do mundo científico e
tecnológico ao mundo empresarial. Trata-se de um tema importante, sim, pena é o vosso Governo ter feito
poucochinho, mas mesmo poucochinho, em relação a esta matéria.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — A sensação que nos dá é a de uma espécie de prenda grande, com
um embrulho muito grande, com um lacinho cor-de-rosa muito bonito, com um papel de alta qualidade — à
socialista! — mas, no fundo, quando abrimos a prenda, retiramos outra prenda de dentro. A expectativa ficou
criada, belíssima! O papel continua de grande qualidade — é verdade! —, num novo embrulho, com um novo
lacinho e continuamos na maravilha, cheios de expectativas. Desembrulhamos e, lá dentro, aparece um novo
caixote, mais pequenino. Vamos desembrulhando caixotes e mais caixotes, com toda a expectativa de que a
prenda será uma grande iniciativa, com grandes ideias patrióticas e de esquerda para o País,…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Ora, ora!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — … com grandes ideias e inovação. E o que é que encontramos? Uma
caixinha pequenina.
Vozes do PSD: — É verdade!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Nessa caixinha pequenina, tão bem, tão bem embrulhadinha, com um
lacinho também tão bonito —…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — … e nós com as expectativas de que algo valioso lá estaria dentro ou,
então, de que algo serviria ao presentado, que vai ficar muito contente com aquela prendinha —, o que é que
encontramos lá dentro? Nada!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não é o Vasco Santana, é o António Silva!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Esqueceram-se de mostrar aquilo que deveria ser importante para o
País.