I SÉRIE — NÚMERO 66
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Os exemplos podiam, infelizmente, continuar, assim o tempo mo permitisse. Mas, perante tal descalabro, o
que é que faz o Sr. Ministro da Saúde? Como já foi aqui lembrado, submete-se à mão firme do imperador
europeu Centeno, o mesmo Ministro que, durante três anos, lhe negou os meios que evitassem os colapsos em
que se encontram a maioria dos hospitais do SNS.
Sr. Ministro, foi preciso uma hora para que corrigisse a asneira ou o disparate que aqui disse. Ao contrário
do PCP, que diz isto sem rir — e louvo a perícia política —, nós dizemos a sério: não, não somos todos Centeno.
Nós somos SNS, nós somos utentes do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PSD.
Sr. Ministro, é caso para dizer que o senhor não tem poderes reais e que não há prazos para este Governo
a não ser o único prazo real que é o da vossa saída.
Risos do PS.
Aliás, é curioso verificar uma outra coisa: o próprio Primeiro-Ministro reconhecer — e as palavras são dele
— que «os valores orçamentados para o setor da saúde se mostram insuficientes para suprir o conjunto das
necessidades».
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Sempre foi assim!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Da extrema-esquerda nem falemos. O PCP e o Bloco de Esquerda
fingem que nada têm a ver com os resultados do setor da saúde. Aliás, há três anos que aprovam,
sucessivamente, os Orçamentos do Estado e o descaramento político é de tal ordem que, neste debate político,
como ainda hoje sucedeu, até parece que realmente são um partido da oposição, quando na verdade apoiam
este Governo. E, pior do que isso, continuam a imputar ao PSD e ao CDS — e, provavelmente, continuarão a
fazê-lo durante mais 20 anos — aquilo que é a inconsequência das vossas ações e a inconsequência das vossas
palavras neste Hemiciclo.
Aplausos do PSD.
Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, a terminar, quero dizer que o PCP e o Bloco de Esquerda
são tão responsáveis pela situação do SNS como o próprio Partido Socialista e a irrelevância política do Sr.
Ministro da Saúde é já hoje assumida pela generalidade dos agentes políticos e dos parceiros sociais.
É caso para dizer que este é o Ministro do discurso estatístico, mas estático.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Termino, Sr. Presidente.
O Sr. Ministro, sempre que cá vem, anuncia medidas, anuncia investimento, anuncia pagamento de dívidas
e depois o resultado é o somatório de menos um mais um, que é igual a nada. É propaganda política pura,
propaganda que denunciamos e que não calamos.
Sr. Presidente, Sr. Ministro, o senhor falhou, o Governo falhou, mas aqui estará o PSD, aqui estarão os
nossos Deputados para erguerem a sua voz e defenderem os utentes do SNS, porque, sim, para nós, as
pessoas estão primeiro.
Aplausos do PSD e da Deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, chegámos ao fim deste debate de urgência.