31 DE MARÇO DE 2018
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planeada a curto, médio e longo prazo e não sujeita a medidas impulsivas e avulsas que prejudicam um percurso
formativo que deve ser consistente e coerente.
Aquilo que também temos dito é que esta nova lei apresentada, tendo alguns aspetos positivos, tem,
claramente, aspetos altamente prejudiciais para a formação dos novos médicos. E queremos chamar a atenção
para aspetos que dependem deste Governo. Não cantamos aqui o fado de que a culpa é dos outros — um fado
que os senhores gostam muito de cantar —, porque é este Ministro que tem responsabilidades relativamente a
um conjunto de matérias que visam garantir a capacidade formativa adequada nos serviços e não comprometer
a celeridade na abertura dos concursos médicos, para que, depois, os médicos não fiquem, meses a fio, como
ainda agora aconteceu, à espera da abertura de concursos, quando, efetivamente, somos contra a
indiferenciação de médicos no Serviço Nacional de Saúde.
Queríamos aqui registar, com pena, que o PCP e o Bloco de Esquerda não tenham apresentado este tema
no debate que ainda agora terminou,…
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Muito bem lembrado!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … porque seria uma forma muito, muito interessante de darem
conta da vossa inconsequência, que é estarem aqui a reclamar, a apontarem o dedo ao Governo e, depois, a
seguir, sustentarem e aprovarem Orçamentos que viabilizam estas políticas.
Lamentamos que não o tenham feito, mas queremos dizer uma coisa ao Bloco de Esquerda e ao PCP: nós
não temos preconceitos ideológicos — …
Risos do BE e do PCP.
… já o dissemos várias vezes — e reconhecemos que as propostas aqui apresentadas hoje representam
mais-valia relativamente à proposta que o Governo apresentou.
Portanto, a terminar, queremos saudar este debate, dizendo que é impensável que se comprometa a
formação médica e se alimente a indiferenciação de médicos no Serviço Nacional de Saúde.
Para o CDS, a formação dos médicos está primeiro, na medida em que é, de facto, um elemento estruturante
para a boa qualidade assistencial no SNS, o SNS por que todos pugnamos. E não vimos aqui à segunda, à
quarta e à sexta dizer que está mal e, depois, à terça, à quinta e ao sábado viabilizar políticas governativas que
põem em causa essa mesma qualidade.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, em nome do
Governo, o Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde (Fernando Araújo): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Deputados: Gostaria de começar por referir que estes diplomas, quer o Decreto-Lei, quer a Portaria que foi
publicada, têm uma clara intenção por parte do Ministério da Saúde, que é a de assegurar a excelência da
formação médica.
Gostava também de vincar que, na preparação destes diplomas, que durou mais de um ano, foi discutido o
seu teor com os dois sindicatos dos médicos, com a Ordem dos Médicos, com o Conselho Nacional do Internato
Médico e com a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), que aproveito para cumprimentar já
que se encontram aqui presentes a assistir a este debate. Foi a primeira vez que os estudantes de Medicina se
sentaram com o Ministério da Saúde para discutir um diploma sobre internato médico.
Aplausos do PS.
Gostava ainda de sublinhar as inúmeras vantagens deste novo diploma.