20 DE ABRIL DE 2018
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A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Reconhecemos, naturalmente, que esta é uma tarefa inacabada e,
relativamente às iniciativas em discussão, o PSD vai entrar no debate em sede de especialidade e contribuir
para corrigir soluções que nos parecem demasiado desajustadas e que nem sequer são exequíveis.
É por demais evidente a impossibilidade de aplicação prática do limiar dos 40% relativamente às mesas dos
órgãos deliberativos das autarquias locais, cuja composição é de três elementos, e o mesmo se diga
relativamente aos vogais das juntas de freguesia, cuja composição é, na grande maioria do País, de apenas
dois elementos.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Sr.as e Srs. Deputados, o que fica hoje particularmente evidente é esta contradição insanável. O PSD
considera que o Governo não tem moral para propor à Assembleia da República o aumento de 33% para 40%
da quota feminina, quando nada nos diz sobre si próprio e quando, na realidade, tem um Conselho de Ministros
com apenas três ministras, num total de 19.
Bem prega Frei Tomás…
Aplausos do PSD e do Deputado do CDS-PP Telmo Correia.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, dou, de novo, a palavra ao Partido
Socialista, através da Sr.ª Deputada Susana Amador.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.as Deputadas e
Srs. Deputados: Estamos hoje a fazer um debate da máxima importância para a democracia do nosso País.
A verdade é que a igualdade entre homens e mulheres é uma tarefa fundamental do Estado, tal como dispõe
o artigo 9.º da Constituição. A igualdade é um pilar do Estado de direito democrático e é, acima de tudo, uma
condição para o desenvolvimento sustentável do nosso País, das sociedades e do mundo em geral.
Foi também sob um impulso do Partido Socialista, na Revisão Constitucional de 1997, que foi dado um salto
qualitativo na igualdade, dando o legislador constitucional um caminho claro para o futuro, nomeadamente para
desenvolvermos ações positivas para a igualdade, densificando este sistema democrático e consolidando-o.
Por isso, em nome do Partido Socialista, queria saudar o Governo por estar com estas duas importantes
propostas de lei a consolidar esse sistema democrático. É um enorme contributo para a democracia!
Queria dizer também que, contrariamente ao que foi afirmado, de acordo com as estatísticas do INE (Instituto
Nacional de Estatística), que não mentem, este Governo tem uma evolução da participação feminina na sua
composição de 30,5%, enquanto no Governo anterior, do PSD e do CDS, era de 18%. Portanto, este é um salto
que também evidencia que estamos a fazer este debate de cabeça erguida, liderando para dentro para fazer
mais para fora.
Nesta Legislatura, também já demos passos muito importantes e consequentes nas políticas ativas da
igualdade. Destaco, nomeadamente, sob o impulso do Governo do Partido Socialista, a importante proposta de
lei que consagra a paridade no setor empresarial do Estado e nas empresas cotadas da Administração Pública.
Agora avançamos no campo político e no campo da paridade. É fundamental que se avance neste campo
na Administração Pública, porque aqui também a liderança se faz por dentro. A mudança faz-se por dentro,
opera-se por dentro.
Estamos a defender um Estado mais simplificado, mais inovador e, acima de tudo, defendemos que essa
inovação e essa igualdade tem de estar no ADN da Administração Pública. Logo, esta proposta é um excelente
contributo para que a paridade também ocorra no seio da Administração Pública que estamos a simplificar e a
modernizar todos os dias.
Também no campo autárquico, fazemos um importante avanço. Já nesta Legislatura, com o contributo do
Partido Socialista, revogámos a alteração e a exceção das quotas nas freguesias e nos municípios de menor