11 DE MAIO DE 2018
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Mas, Srs. Deputados, essa é uma reflexão que cabe aos portugueses!
Ao PSD cabe e resta a coerência: defender o equilíbrio entre o direito à habitação e o direito à propriedade
privada; defender a harmonia entre os princípios da proporcionalidade e os princípios da igualdade e confiança;
e defender uma política pública integrada para promover a reabilitação urbana, o arrendamento habitacional e
a qualificação dos alojamentos.
Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, tal como no passado, o PSD vem a debate,
em nome da estabilidade e da segurança, defender os senhorios, sem esquecer, como nunca fez, os
arrendatários mais vulneráveis.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Essa teve piada!
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — E vamos mais longe: o PSD vem a debate, em nome de todos os portugueses,
apresentar propostas para o País e não para resolver casos isolados ou situações que se colocam na capital.
Defendemos que o País precisa de uma estratégia consistente, coordenada e consequente.
Do que o País não precisa é de medidas avulsas, pelo que, sem o mérito que nos merece o fito das iniciativas,
pergunto, Sr. Deputado, quais as razões que motivam o CDS a recomendar o levantamento do património
imobiliário da Santa Casa da Misericórdia apenas em Lisboa, no sentido de criar um programa de reabilitação
ou construção de imóveis para arrendamento a preços moderados, em vez de apresentar uma iniciativa alargada
a outros centros urbanos, como Porto ou Coimbra, por exemplo, que entraram, igualmente, no roteiro dos
investimentos imobiliários internacionais.
E o que dizer da iniciativa em que aqui recomendam a reconversão e a reabilitação de edifícios de uma
determinada zona, mais uma vez de Lisboa, com vista ao arrendamento para fins habitacionais a preços
moderados, dirigido a jovens e famílias da classe média?! Perguntamos: não faria mais sentido apresentar uma
iniciativa alargada ao todo nacional e aos grandes centros urbanos, onde a dificuldade de acesso das famílias
a uma habitação adequada às necessidades é mais visível, como aqui propõe o PSD, no seu projeto de
resolução n.º 1591/XIII (3.ª)?!
Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, sendo que cada um de nós foi eleito para salvaguardar o superior
interesse dos portugueses, não lhe parece que estas iniciativas legislativas padecem de uma visão demasiado
redutora? É que, Sr. Deputado, Portugal não é só Lisboa.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada, atenção ao tempo.
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Para o PSD não há, como nunca houve, portugueses de primeira e
portugueses de segunda; não há, como nunca houve, concelhos mais importantes ou prioritários do que outros,
só porque fazem mais ruído na comunicação social.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, antes de dar a palavra ao Sr. Deputado João Gonçalves
Pereira para responder, permitam-me apenas clarificar que, de acordo com a regra regimental comum, o tempo
de resposta a mais do que uma pergunta é de 3 minutos. No entanto, tratando-se de um tempo global, está
acordado, em Conferência de Líderes, que esse tempo pode ir até ao limite de 6 minutos. Naturalmente, o Sr.
Deputado é o dono e fará a gestão do seu próprio tempo.
Assim, para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, do CDS-PP.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, começo por agradecer
as perguntas que me fizeram.
Em primeiro lugar, quero dirigir-me ao Sr. Deputado Renato Sampaio, para lhe dizer que penso que deve
estar equivocado. É que o CDS apresentou estas iniciativas na Assembleia da República no dia 10 de abril.
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Há um mês!