12 DE MAIO DE 2018
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1 — Reafirma o seu apoio aos esforços para alcançar uma solução justa para o Sara Ocidental, que passará
necessariamente pela efetivação do direito à autodeterminação do povo saraui, de acordo e no respeito das
deliberações pertinentes da ONU, dos princípios da sua Carta e do direito internacional;
2 — Insta o Governo a, no âmbito da política externa e, nomeadamente, nas instituições internacionais em
que Portugal se faz representar, promover uma ação consequente em prol da concretização do direito à
autodeterminação do povo saraui.»
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, vamos proceder à votação deste voto.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do BE, do PCP, de Os Verdes e do PAN, votos
contra do PSD e do CDS-PP e a abstenção do Deputado do CDS-PP João Rebelo.
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, é para anunciar que sobre este voto apresentarei uma
declaração de voto.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Fica registado, Sr. Deputado.
Segue-se o voto n.º 538/XIII (3.ª) — De condenação da decisão dos EUA de reconhecerem Jerusalém como
capital de Israel, apresentado pelo PCP, que vai ser lido pela Sr.ª Secretária Sandra Pontedeira.
A Sr.ª Secretária (Sandra Pontedeira) — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Está anunciada para dia 14 de maio a transferência da Embaixada dos Estados Unidos da América de
Telavive para Jerusalém, data que coincide com os 70 da criação do Estado de Israel e da Nakba, que marca o
início da expulsão da população palestiniana das suas terras.
A decisão dos Estados Unidos da América de reconhecerem Jerusalém como capital de Israel constitui uma
clara afronta ao direito internacional e às Nações Unidas, incluindo as numerosas resoluções do seu Conselho
de Segurança, entre as quais a Resolução 478, de 20 de agosto de 1980, que determina a saída das missões
diplomáticas de Jerusalém, bem como a Resolução 2334, de dezembro de 2016, que, condenando o
prosseguimento da expansão de colonatos israelitas em território palestiniano, reitera que o estatuto de
Jerusalém apenas pode ser decidido pela via negocial.
Esta decisão, representando um apoio explícito à política de colonização de Israel, constitui uma agressão
frontal aos direitos do povo palestiniano, que, enfrentando a brutal repressão das autoridades israelitas, persiste
na sua corajosa luta pelo fim da ocupação e pela criação de uma Estado da Palestina livre e independente.
Saliente-se que a decisão dos Estados Unidos da América é tanto mais grave porquanto é tomada num
momento em que se adensa a ameaça de uma nova escalada na sua política de agressão no Médio Oriente,
que, a não ser travada, encerra o perigo de uma enorme confrontação.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária:
1 — Condena a decisão dos Estados Unidos da América de reconhecerem Jerusalém como capital de Israel;
2 — Manifesta a sua solidariedade com o povo palestiniano;
3 — Afirma o direito do povo palestiniano ao reconhecimento do seu próprio Estado, nas fronteiras anteriores
a 1967 e com capital em Jerusalém Leste, assim como o direito de retorno dos refugiados palestinianos,
conforme as resoluções das Nações Unidas;
4 — Insta o Governo português a, no respeito pela Constituição da República, condenar esta decisão dos
Estados Unidos da América, que constitui uma afronta ao direito internacional.»
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, vamos votar este voto.
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD e do CDS-PP, votos a favor do BE, do PCP, de
Os Verdes e dos Deputados do PS Alexandre Quintanilha, André Pinotes Batista, Catarina Marcelino, Edite