I SÉRIE — NÚMERO 84
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membros permanentes do Conselho de Segurança — China, França, Reino Unido e Rússia —, a Alemanha e a
União Europeia, como retomariam a imposição de novas e mais severas sanções contra o Irão.
Saliente-se que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), das Nações Unidas, reafirmou que o
Irão cumpre com os termos estipulados no acordo nuclear, designado de Plano de Ação Conjunto Global e
firmado a 14 de julho de 2015, em Viena, na Áustria.
Como amplamente foi sublinhado, esta decisão dos Estados Unidos da América constitui um grave
desrespeito pelas Nações Unidas, os princípios da sua Carta e o direito internacional, e representa uma séria
ameaça à paz, traduzindo o aprofundamento da sua política de confrontação económica, política e militar nas
relações internacionais, incluindo no Médio Oriente, na senda das guerras de agressão ao Afeganistão, ao
Iraque, à Líbia, à Síria ou ao Iémen.
É significativo que esta decisão, protagonizada por Donald Trump, tenha sido ativamente apoiada por Israel
— único país detentor da arma nuclear no Médio Oriente e não signatário do Tratado de não Proliferação de
Armas Nucleares — e pela Arábia Saudita.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária:
1 — Repudia a decisão dos Estados Unidos da América de não cumprir o acordo nuclear relativo ao Irão;
2 — Exorta o Secretário-Geral das Nações Unidas, em face desta decisão dos Estados Unidos que confronta
a legalidade internacional, a defender as Nações Unidas e os princípios da sua Carta, única forma de impedir a
imposição do arbítrio, da violência e da guerra nas relações internacionais e de garantir a paz no Médio Oriente;
3 — Insta o Governo português a, no respeito da Constituição da República, rejeitar qualquer nova escalada
de ingerência e agressão no Médio Oriente, nomeadamente contra o Irão ou outros países nesta região.»
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar.
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP, votos a favor do BE, do
PCP, de Os Verdes, do PAN e dos Deputados do PS Joana Lima, Paulo Trigo Pereira e Wanda Guimarães e
abstenções dos Deputados do PS Catarina Marcelino, Isabel Alves Moreira, Margarida Marques, Porfírio Silva
e Sérgio Sousa Pinto.
Srs. Deputados, passamos ao voto n.º 537/XIII (3.ª) — De solidariedade com o povo saraui pelo respeito e
concretização do seu direito à autodeterminação, apresentado pelo PCP, que vai ser lido pelo Sr. Secretário
António Carlos Monteiro.
O Sr. Secretário (António Carlos Monteiro): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Há décadas que as Nações Unidas têm por cumprir o seu compromisso do respeito do direito à
autodeterminação do povo saraui, em conformidade com os princípios da Carta da ONU, do direito internacional
e das resoluções das Nações Unidas.
Desde há 45 anos que o povo saraui e a Frente Polisário, sua legítima representante, lutam persistentemente
contra o colonialismo e pelo respeito e concretização dos seus inalienáveis direitos nacionais, objetivos
reconhecidos pelas Nações Unidas, que estabeleceu em 1991 a Missão das Nações Unidas para o Referendo
no Sara Ocidental.
A Frente Polisário proclamou, em 1976, a República Árabe Saraui Democrática, reconhecida por dezenas de
países e membro da União Africana.
Recorde-se que, nos termos da Constituição da República, Portugal reconhece o direito dos povos à
autodeterminação e independência e ao desenvolvimento.
Uma solução justa e duradoura para o conflito do Sara Ocidental passa necessariamente pelo fim da ilegal
ocupação dos territórios do Sara Ocidental por parte do Reino de Marrocos e da sua política de desrespeito dos
direitos nacionais do povo saraui.
Num momento em que se estão a desenvolver esforços para a retomada de um efetivo processo de
negociações, apontando uma solução definitiva e pacífica do conflito, a Assembleia da República, reunida em
sessão plenária: