12 DE MAIO DE 2018
59
O que se espera é que os signatários do Acordo Nuclear com o Irão continuem o seu trabalho e a sua
determinação para o efetivo cumprimento dos objetivos traçados.
A Assembleia da República condena a decisão anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos da América
de retirada do Acordo Nuclear com o Irão, apelando aos países signatários que respeitem os seus
compromissos.»
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, declaro que também participarei desta votação.
Vamos votar.
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP, votos a favor do BE, do
PCP, de Os Verdes, do PAN e dos Deputados do PS Ascenso Simões, Bacelar de Vasconcelos, Carla Sousa,
Catarina Marcelino, Helena Roseta, Isabel Alves Moreira, Jorge Lacão, Margarida Marques, Paulo Trigo Pereira,
Porfírio Silva, Sérgio Sousa Pinto e Wanda Guimarães.
De seguida, temos o voto n.º 534/XIII (3.ª) — De saudação pela determinação de a União Europeia e de o
Irão manterem o acordo nuclear apesar da saída dos Estados Unidos, apresentado pelo PS, que vai ser lido
pela Sr.ª Secretária Idália Serrão.
A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«O Acordo Nuclear com o Irão, na sigla inglesa JCPOA (Joint Comprehensive Plan of Action), foi assinado
em 14 de julho de 2015 pelos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: Estados Unidos,
China, Rússia, França e Reino Unido; e pela Alemanha, União Europeia e pelo Irão. O Acordo, considerado
como uma forte garantia de segurança regional, impõe um regime de monitorização regular dos compromissos
do Irão em matéria nuclear pela Agência Internacional de Energia Atómica — AIEA. De acordo com os analistas,
o Irão tem cumprido as suas obrigações, tendo a AIEA realizado 11 inspeções no terreno desde janeiro 2016.
Lamentavelmente, o Presidente dos Estados Unidos da América decidiu abandonar o acordo no passado dia
8 de maio, estabelecendo novamente sanções «reforçadas» ao Irão e a quem apoie o regime iraniano. Porém,
tanto a União Europeia, como a Rússia, a China e o Irão mantêm a sua determinação em mantê-lo em vigor, o
que merece aplauso. Também o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu às restantes
partes para permanecerem vinculadas ao Acordo, o qual prevê que o Irão deixe de desenvolver armas nucleares
e o tratamento de urânio para fins militares, submetendo-se a um rigoroso regime de verificação sobre as suas
atividades nestes domínios, a troco do fim progressivo e condicional das sanções que impendem sobre o país.
É de lamentar, por isso, a decisão dos Estados Unidos em sair do Acordo, encorajando-se, por um lado, o
seu regresso à via da negociação diplomática, e, por outro, que os restantes parceiros possam dar continuidade
ao Acordo, evitando, desta forma, novas crises e o alastramento de tensões na região.
Assim, a Assembleia da República saúda a determinação da União Europeia e dos restantes signatários de
permanecerem vinculados ao Acordo Nuclear assinado em 2015 e exorta-os a respeitarem os compromissos
assumidos neste âmbito.»
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP e do PAN e
abstenções do PCP, de Os Verdes e do Deputado do PS Sérgio Sousa Pinto.
Srs. Deputados, vamos passar ao voto n.º 536/XIII (3.ª) — De repúdio pela decisão dos EUA de não
cumprirem o acordo nuclear relativo ao Irão, apresentado pelo PCP, que vai ser lido pela Sr.ª Secretária Idália
Serrão.
A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Os Estados Unidos da América, pela voz do seu Presidente, Donald Trump, anunciaram no passado dia 8
de maio que não só deixavam de cumprir com o acordo nuclear que firmaram com o Irão, os restantes quatro