I SÉRIE — NÚMERO 95
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Assinala-se ainda o recuo nas propostas do BE e do PAN para o autocultivo em resultado da rejeição
amplamente afirmada nas audições e nos pareceres recebidos durante o processo de especialidade.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Também para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado
Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No dia 11 de janeiro de 2018, o Bloco
de Esquerda trouxe à discussão um projeto de lei para a legalização da canábis para fins medicinais.
Dissemos que era necessária uma lei para criar acesso e porque havia mais do que evidência científica que
mostrava que esta utilização para fins medicinais era segura e trazia benefícios para os doentes.
No processo de especialidade, constatámos que há muitos doentes que esperam por esta legalização para
poderem aceder à terapêutica de que necessitam e constatámos também que, apesar de, muitas vezes, se dizer
que não era preciso haver nenhuma legislação específica, ela era necessária e urgente porque esta terapêutica
não estava a chegar a ninguém e era inacessível no nosso País.
Constatámos que, no processo de especialidade, as várias audições que fizemos deram razão ao Bloco de
Esquerda tanto que partidos que inicialmente diziam que não era preciso lei nenhuma, que não era preciso
legislar sobre este assunto, como o Partido Comunista Português, agora acabaram também por aprovar o projeto
de lei que aqui foi votado, e ainda bem.
Sr. Presidente, para terminar, gostaria ainda de dizer que na iniciativa inicial do Bloco de Esquerda
prevíamos, como é óbvio, o papel do Infarmed. Ele foi redobrado na versão final, votámos favoravelmente isso,
mas ele esteve lá sempre desde o início.
Aplausos do BE e do PAN.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, terminados os nossos trabalhos de hoje, informo que a
próxima reunião plenária realizar-se-á na quarta-feira, dia 20 de junho, pelas 15 horas. Iremos proceder ao
debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, a que se seguirá o debate preparatório do próximo Conselho Europeu,
ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 4.º da Lei de Acompanhamento, Apreciação e Pronúncia pela
Assembleia da República no âmbito do processo de Construção da União Europeia e sobre os diversos
instrumentos de governação económica da União Europeia, que integram o Semestre Europeu, assim como a
discussão e aprovação do relatório anual enviado pelo Governo (Portugal na União Europeia — 2017), nos
termos previstos nas alíneas b) e d) do n.º 1 do artigo 4.º da mesma Lei, que conta também com a participação
do Primeiro-Ministro.
Está encerrada a sessão.
Eram 14 horas e 26 minutos.
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Declarações de voto entregues à Mesa para publicação
Relativa ao voto n.º 561/XIII (3.ª):
Abstive-me na votação do voto n.º 561/XIII (3.ª), apresentado pelo BE, de condenação pela recusa do
Governo italiano em autorizar o desembarque de refugiados, não acompanhando a votação do Grupo
Parlamentar do PS.
Entendo que há razões para a condenação, mas não me parece adequado qualificar de xenófobas as
decisões do Governo italiano neste caso concreto.
O Deputado do PS, Vitalino Canas.