28 DE JUNHO DE 2018
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Sim, Sr.ª Deputada Rita Rato, foi aprovada na anterior Legislatura, apesar da falta de apoio do Partido
Socialista.
Quem é que propôs o aumento da licença obrigatória para o pai?! Quem é que removeu um conjunto de
obstáculos que existiam relativamente à natalidade?!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Quais?!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Foi o PSD e o CDS. Sim, aquele grupo de trabalho que existiu foi
precisamente para isso.
Mas, Srs. Deputados, vamos ver se a gente se entende de uma vez por todas: o que pretendemos é que
haja consenso no sentido de que é preciso fazer mais e que produza efeitos. E não é pelo PSD, é pelo futuro
do País. Está mais do que visto que os senhores, além de não quererem vir a debate, estão a fugir dele, de uma
matéria tão importante como esta. Mas os senhores ficarão com a consciência certamente pesada de não
quererem entrar no debate de uma matéria fundamental para combater este flagelo demográfico.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.as e Srs. Deputados, passamos agora à fase das
intervenções.
O único pedido de intervenção registado até agora pela Mesa é do Sr. Deputado Filipe Anacoreta Correia,
do CDS-PP.
Sr. Deputado, tem a palavra para uma intervenção.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Nesta Legislatura, o
CDS-PP já apresentou mais de 25 iniciativas em torno da natalidade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas olhe que não pariu grande coisa!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Em maio de 2016, ou seja, há mais de 24 meses, marcámos
um agendamento potestativo precisamente em torno da família e da natalidade.
O PSD acompanhou-nos nessas iniciativas, apoio que, infelizmente, foi insuficiente para que elas fossem
aprovadas. As 25 iniciativas foram chumbadas pela maioria de esquerda e, entretanto, passaram dois anos e
voltamos a discutir o mesmo.
Mas não foram apenas dois anos perdidos. Há mais de 10 anos, em novembro de 2007, o CDS apresentou
publicamente um relatório intitulado Natalidade — o desafio português e desde há algumas décadas que temos
referido que a natalidade constitui o principal desígnio português.
O CDS congratula-se porque hoje isso é consensualmente reconhecido. O facto de termos o tema da
natalidade na agenda confirma que tínhamos razão e decorre, de alguma forma também, do seu empenho para
que o debate político não passe ao lado do que realmente importa ao País, como tantas vezes acontece com
outras agendas. Mas o consenso alcançado traduz-se, simultaneamente, numa sensação amarga: sabemos
bem que o tema se impõe porque a realidade daquilo que temíamos tem vindo a confirmar-se em cenários cada
vez mais pessimistas. Antes não tivéssemos razão!
Todos os indicadores demográficos confirmam e agravam o declínio, um declínio que, sendo da natalidade,
do bem mais precioso de um país e de uma qualquer comunidade, reflete-se num declínio económico, político
e financeiro.
Desde 1981 que a taxa de fecundidade tem vindo a cair quase ininterruptamente, depois de ter deixado o
índice desejável de 2,1%.
O declínio da natalidade representa a maior ameaça interna à nossa continuidade enquanto comunidade
histórica mas, antes de tudo, representa a incapacidade de responder aos casais, às famílias, às mães que
repetidamente dizem que gostariam de ter mais filhos do que os que têm.
Se é esse o interesse nacional, se é esse o desejo de quem pode e quer ter filhos, o que nos falta então?
Porque continuamos a adiar aquilo que é inadiável?