29 DE JUNHO DE 2018
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O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. António Filipe (PCP): — Daí que a sua intervenção, de certa forma, frustre aquilo que esperaríamos
da contribuição do Partido Socialista neste debate.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra, para formular o seu pedido de esclarecimentos, a Sr.ª Deputada
Isabel Pires.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Ricardo Bexiga, relativamente à sua intervenção,
deu indicação de algumas matérias pelas quais muitos de nós pugnamos, como, por exemplo, a consideração
da segurança social como um pilar fundamental da nossa democracia — é verdade! — ou como sendo o Estado
que tem a tarefa fundamental de a garantir, para todos e para todas — é verdade! — ou, ainda, como sendo um
sistema universal que serve todos e todas de maneira igual. É verdade! Mas também disse que a
sustentabilidade do sistema de segurança social ultrapassa as questões financeiras, e isto também é verdade.
No entanto, aqui, começam a surgir as questões sobre como é que se responde, afinal, ao problema da
sustentabilidade. E, de facto, não tem apenas a ver com as questões financeiras, mas tem muito a ver — e esta
parte, na sua intervenção, não ficou clara — com as questões da precariedade e do tipo de vínculos laborais
que existem no nosso País.
Importava, sobre isso, voltar a lembrar que, em matéria de combate à precariedade, as medidas têm de ser
mais eficazes. Tínhamos um caminho percorrido que seria interessante e importante nessa matéria, mas, e já o
referimos na nossa intervenção, infelizmente, essas medidas de combate à precariedade ficaram, e ficam, muito
aquém daquilo que, de facto, é necessário não só para a vida dos trabalhadores mas também para a própria
sustentabilidade da segurança social. Basta relembrar, novamente, a questão da taxa de rotatividade e de, como
ela, após várias alterações por parte do Partido Socialista, acaba, na sua versão final, por perder toda a
efetividade no que toca não só à sustentabilidade da segurança social mas também ao combate efetivo da
precariedade.
Portanto, Sr. Deputado, considerando também a outra intervenção do Partido Socialista neste debate sobre
esta matéria, importa clarificar qual é, afinal, a posição do Partido Socialista.
Houve alguns bons argumentos sobre a segurança social, com alguns dos quais concordamos, pelo menos
à esquerda, houve também posições de clivagem com a direita, e bem, posições, essas, que estão corretas,
porque a direita foi quem mais destruiu e quem quis privatizar, mas falta perceber, então, afinal, sobre uma
proposta concreta que está em debate, qual vai ser a posição do Partido Socialista. Ou será que essas
diferenças, essas clivagens, só servem para o discurso e não vão servir para a votação?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Bexiga.
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Sr. Presidente, seguindo a ordem das intervenções, queria dizer ao Sr.
Deputado Anacoreta Correia, do Grupo Parlamentar do CDS, que o PS não é arrogante!
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — O PS tem as suas convicções, tem o seu projeto…
Aplausos do PS.
… e tem uma certeza: não quer continuar com as políticas com que o CDS e o PSD, nos anos da troica,
transformaram este País…