I SÉRIE — NÚMERO 100
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No final da última legislatura, voltaram a apresentar este projeto, mais tímido, é certo, mas ainda assim uma
privatização parcial do sistema, que teria como consequência que salários elevados saíssem do sistema público
e deixassem de contribuir para esse sistema.
Portanto, não só dão uma resposta privada aos problemas da segurança social, como ignoram que já foi
dada uma resposta pública pelo Partido Socialista…
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Não é verdade!
O Sr. João Galamba (PS): — … que, segundo todos os estudos internacionais, assegurou a sustentabilidade
do sistema de pensões, realidade essa que os senhores ignoram em todas as intervenções que fazem sobre
segurança social. É a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) que o diz, é a
Comissão Europeia que o diz. Todas essas instituições podem até preferir sistemas de plafonamento, mas
reconhecem que a reforma que os senhores fingem que nunca existiu garantiu a sustentabilidade financeira da
segurança social.
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Portanto, Srs. Deputados, se não gostam, assumam-se, assumam a vossa
posição ideológica contra a segurança social pública e digam que preferem um sistema parcialmente privado,
que encaminhe os recursos que hoje são da segurança social pública e das pensões dos trabalhadores
portugueses para sistemas de financiamento privado. Não há problema em defender isso, mas assumam-no e
digam que discordam da forma que a democracia portuguesa — e que estes partidos, Partido Socialista, Bloco
de Esquerda, PCP e Os Verdes ainda defendem — encontrou para organizar estes sistemas de proteção social.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Assumam-no, Srs. Deputados! Não falem de crises imaginárias que não
existem. O sistema hoje é mais sólido e tem excedentes que, com os Srs. Deputados, não tinham, o sistema
hoje consegue reforçar o fundo de estabilidade da segurança social, consegue aumentar pensões — consegue
aumentar pensões, Srs. Deputados! No programa eleitoral que o PSD e o CDS apresentaram em 2015,
mantinha-se o congelamento das pensões e estava prevista a privatização parcial do sistema de segurança
social.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Com a rejeição desse caminho, com o crescimento da quantidade e da
qualidade de emprego, esta maioria deu resposta cabal aos diagnósticos catastrofistas e infundados que os Srs.
Deputados defendiam.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
O Sr. João Galamba (PS): — Hoje, mantemos uma segurança social pública — e, no que depender do
Partido Socialista, manteremos uma segurança social pública —, temos mais e melhor emprego, temos
excedentes e todos os argumentos que os Srs. Deputados possam ter para defender a privatização ou uma
crise imaginária do sistema, pura e simplesmente, não existem.
Srs. Deputados, está na altura de atualizarem o vosso discurso — esse, sim! — sectário e ideológico sobre
estas matérias, com base na realidade que hoje vivemos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília
Meireles para uma intervenção.