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I SÉRIE — NÚMERO 106

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Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Exigimos conhecer a lista dos maiores devedores que estão em

incumprimento, que obrigaram a um esforço de capitalização colossal e que põem em risco a própria

sustentabilidade do banco público.

Aplausos do PSD.

E não o fazemos por capricho, fazemo-lo porque assim nos exige o respeito pelos portugueses!

Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Sobre a matéria

da Europa, bem sabemos que o Governo é suportado por partidos anti-Europa,…

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Anti-Europa?!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — … que exigem, sempre que podem, a desvinculação de Portugal do

projeto europeu e da moeda única, mas na realidade, dentro de portas, todos fazem o que for necessário para

se manter no poder.

Protestos do BE.

Se dúvidas houvesse, ainda ontem, o ideólogo do Governo, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros,

informou-nos que só haverá nova geringonça se o PS deixar a União Europeia ou abandonar a NATO.

Protestos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, o seu Ministro pôs a sua tão amada solução governativa nos cuidados intensivos. Bem

sabemos que já tentou dar uma explicação, mas Manuel Alegre já explicou tudo bem explicado: foi um tiro no

coração da geringonça!

Mas tão relevantes são estas apreciações políticas e encenações bipolares das esquerdas, como os muitos

e sérios desafios que o projeto europeu enfrenta: as consequências do Brexit, a crise dos refugiados, a guerra

comercial com os Estados Unidos ou a reforma das instituições.

E tão importante como completar a união monetária e dotar a zona euro de capacidade orçamental é

identificar, sinalizar e compreender a emergência dos movimentos populistas que têm conquistado espaço, nos

últimos anos, por toda a Europa. Ao ignorá-los, corremos o risco de que eles evoluam de cubos de gelo para

icebergues gigantes. A História já nos deu muitas lições importantes sobre pequenos movimentos que se

transformam em grandes ações, para o bem e para o mal. Não é tempo de nos distrairmos, é tempo de estarmos

atentos, vigilantes e de aprendermos com a História.

Sr. Presidente, porque estamos em tempo de balanço, só podemos concluir que quem conduz hoje o País é

uma maioria que tem tanto de demagógica como de ilusionista, cujo único projeto comum é o desejo de manter

as aparências de estabilidade, pois só essa estabilidade lhe garante a manutenção do poder. Nada mais têm

para oferecer aos portugueses e a Portugal!

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Mas nem isso esconde as tremendas fragilidades e as grosseiras

contradições desta coligação de esquerda, que não hesita em sacrificar o bem-estar comum ao mais elementar

instinto de sobrevivência política de cada uma das partes que compõe esta geringonça.

Por isso, não se iluda, Sr. Primeiro-Ministro: ao contrário do que diz, esta geringonça não está no coração

dos portugueses. E sabe porquê? Porque os portugueses não se deixam levar por conversa fiada, por quem diz

uma coisa e faz outra, por quem não honra a sua palavra!

Aplausos do PSD.