I SÉRIE — NÚMERO 106
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colocam 20 países a crescer mais do que Portugal em 2018 e em 2019. A convergência com a Europa continua
longe de ser alcançada.
Há uma redução muito significativa do desemprego, e isso é bom. Só que não podemos ficar satisfeitos,
porque não podemos esquecer que existem hoje mais de 160 000 jovens portugueses entre os 15 e os 29 anos
que não trabalham nem estudam, os chamados «nem-nem».
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Isso é falar mais do mesmo!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Do mesmo modo, a criação de emprego está a aumentar, e isso é positivo.
Mas também sabemos que o que caracteriza maioritariamente este novo emprego é a precariedade, a baixa
qualificação e, sobretudo, os baixos salários.
A própria emigração, que antes tanto foi criticada, não foi estancada, e dezenas de milhares de jovens e de
menos jovens continuam a sair do País todos os meses.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Por ano, 100 000!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — E ainda mais um sinal: no ano de 2017, o Governo infligiu aos portugueses
a maior carga fiscal de sempre, uma carga fiscal disfarçada e socialmente injusta que carrega nos impostos
indiretos e põe todos a pagar da mesma forma, sejam ricos ou pobres. E, em 2018, já se viu que vamos pelo
mesmo caminho, num verdadeiro assalto aos bolsos dos portugueses.
Aplausos do PSD.
E que melhor exemplo para explicar onde chegámos do que citar o caso da Irlanda, um caso tão ou mais
grave do que o nosso: o mesmo tipo de intervenção externa, os mesmos ou piores sacrifícios. Como estão
agora? A economia irlandesa cresce o dobro da nossa. O dobro, Sr. Primeiro-Ministro!
E o que dizem e fazem o seu Governo e os partidos apoiantes? Limitam-se a dizer e a repetir que foi virada
a página da austeridade. Quantas vezes nós ouvimos isto?! Não é verdade! O que fizeram e fazem todos os
dias é andar com as páginas para trás e às escondidas. É isto que fazem todos os dias!
Aplausos do PSD.
A realidade também não esconde que esta é uma solução governativa esgotada. Quando o Primeiro-Ministro
diz, e cito, «ao fazer obras no IP3, estamos a decidir não fazer evoluções nas carreiras ou vencimentos», quebra
compromissos assumidos de forma displicente e leviana. Se isto não é um governo esgotado, então o que é?!
Perguntem aos professores!
Aplausos do PSD.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — Que vergonha!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Quando um Governo assume medidas de forma imponderada e
irresponsável, como é o caso do retorno às 35 horas semanais na função pública, sem garantir a estabilidade
dos serviços públicos, se isto não é um Governo esgotado, então o que é?! Perguntem aos profissionais de
saúde e aos utentes do Serviço Nacional de Saúde!
Aplausos do PSD.
Quando um Governo continua a falhar nas suas responsabilidades e a negar o apoio devido às populações
após os incêndios de 2017, se isto não é um Governo esgotado, então o que é?! Perguntem às vítimas dos
incêndios de Pedrógão Grande e da região Centro do País!