I SÉRIE — NÚMERO 106
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Tal não quer dizer que não estejamos bem cientes dos problemas graves que existem no Serviço Nacional
de Saúde e que o esforço que já fizemos não é ainda suficiente. É por isso que não podemos nem recuar, nem
ficar a marcar passo, é por isso que temos de avançar com confiança e com determinação para continuar a
melhorar o Serviço Nacional de Saúde, como temos feito ao longo destes dois anos e como temos de continuar
a fazer. Porque se hoje há mais 300 000 consultas nos hospitais é porque essas mudanças foram feitas, se há
mais 19 000 cirurgias nos hospitais é porque essas mudanças foram feitas. Ora, é essa mudança que temos de
prosseguir para que o caminho possa ser devidamente concluído. Se pergunta qual é a opção, a opção é,
obviamente, continuar este caminho.
Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, como sabe, cada um escolhe os seus calendários. O Governo anunciou,
a tempo e horas, que apresentaria a sua proposta de lei de bases para discussão pública, em setembro. O Bloco
de Esquerda resolveu antecipar um projeto de lei sobre a mesma matéria — é uma opção do Bloco de Esquerda,
com a qual nós não temos nada que ver —, mas o calendário que tínhamos proposto foi decidido e foi anunciado.
Queria, finalmente, concluir dizendo ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, com muita clareza, o seguinte: a
geringonça está não só no nosso coração, como também na nossa cabeça, com a mesma confiança e
determinação com que a começámos a construir com o Partido Comunista Português e com o Partido Ecologista
Os Verdes, aos quais, com satisfação, vimos juntar-se o Bloco de Esquerda. E estamos não só com o coração,
mas também com humildade e sem duplicidade. É assim que continuaremos até ao fim: com humildade e sem
duplicidade!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Terminada a fase de perguntas ao Sr. Primeiro-Ministro,
passamos às intervenções que, como sabem, serão feitas por ordem decrescente da representatividade dos
grupos parlamentares.
Começamos pelo Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata.
Sr. Deputado Fernando Negrão, tem a palavra.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Ouvindo o discurso autossuficiente e satisfeito do Sr. Primeiro-Ministro no início deste debate
— e recordo que o Sr. Primeiro-Ministro chegou a designar este ano legislativo como um ano saboroso — é-se
levado a pensar que Portugal está melhor do que nunca e que as melhorias registadas são obra e graça
exclusiva da ação do Governo.
Ao Partido Social Democrata não custa reconhecer os resultados alcançados, designadamente os
conseguidos no acerto das contas públicas. Sabemos, porém, que, ao contrário das autoproclamações de
sucesso da maioria de esquerda, esses resultados se devem a um conjunto de fatores, de que a ação
governativa, se não está arredada, está, pelo menos, muito diluída. Em alguns casos, será mesmo de dizer que
se alcançaram resultados, apesar da ação do Governo!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Em primeiro lugar, porque o PS herdou, em 2015, um País em plena
recuperação, com o desemprego a diminuir…
Protestos do PS.
Eu sei, Srs. Deputados, que gostam de falar do anterior Governo porque não têm uma única palavra para
falar do vosso! Eu sei!
Aplausos do PSD e contraprotestos do PS.