14 DE JULHO DE 2018
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comboios de ligações regionais, atrasos, linhas suprimidas, pior serviço prestado aos utentes. Estes são
problemas que se acrescentam aos do transporte fluvial, que continuam por resolver e a prejudicar milhares e
milhares de pessoas diariamente.
O caminho tem de ser o do investimento, da melhoria do serviço público, da modernização das empresas
públicas de transporte e da valorização dos seus trabalhadores com o investimento correspondente.
Que opções vai o Governo tomar?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, em nome do Grupo Parlamentar
do PSD, tem a palavra a Sr.ª Deputada Margarida Mano.
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, neste
debate, um tema incontornável é o da educação.
O Sr. Primeiro-Ministro certamente recorda as palavras que dirigiu aos professores em setembro de 2015,
que passo a citar: «Não haverá qualidade na escola, na educação, no futuro do nosso País sem professores e
educadores motivados. Para isso, precisam de ter tranquilidade nas vossas carreiras, tranquilidade na vida do
dia a dia da escola».
Pois é, o senhor é Primeiro-Ministro há dois anos e meio e o País assiste a um clima de instabilidade, de
confrontação e de descrédito, como há muito não se verificava na educação,…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — … chegando ao ponto de, num discurso demagógico e certamente pouco
refletido, o Sr. Primeiro-Ministro inaugurar anúncio de obra comparando os quilómetros de alcatrão aos
docentes.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — A quem prometia tranquilidade e motivação, oferece hoje instabilidade e
frustração.
Este último ano foi mau para a educação, foi-o para as escolas, para as famílias e para os professores e
funcionários. O Governo criou expetativas, fez promessas e, num tempo novo sem austeridade, não cumpriu.
Vivemos «o pior final de ano de que há memória», diz o Presidente do Conselho das Escolas.
O Governo criou expetativas e falta pessoal nas escolas, criou expetativas e as escolas, até hoje, não
dispõem das receitas que tinham conseguido angariar no ano passado, criou expetativas e o investimento
público nas escolas é hoje inferior ao de 2005.
O Governo criou expetativas em novembro, também, com a contagem do tempo de serviço para efeitos de
progressão. Sete meses depois, o Sr. Ministro apareceu para anunciar que o Governo não ia cumprir e o Sr.
Primeiro-Ministro afirmou no Parlamento que não havia dinheiro.
A questão que se coloca é a de saber se foi por incompetência que em novembro assumiu um compromisso
sem as contas feitas ou se, simplesmente, mentiu, quando prometeu o que sabia não poder dar, ou se é tão
irresponsável que continua à espera das novas contas que a comissão técnica criada esta semana venha a
apurar…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Não sabem fazer contas!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — … para saber se cumpriu.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Não há dinheiro, foi para o IP3!