I SÉRIE — NÚMERO 106
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os serviços públicos e estão a colocar, mas o Governo está a ir além delas, pondo ainda mais em causa os
serviços públicos.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Diziam também que a nossa dívida deveria ter uma resposta e que o Governo colocava, à escala europeia,
este enorme problema do País em debate. Ora, vemos que o Governo «encanou a perna à rã» e não deu
nenhum passo nesse sentido.
Estes são os grandes problemas que se materializam na vida das pessoas e, por isso, até no caminho que
se faz para o próximo Orçamento do Estado, pergunto se o coração do Primeiro-Ministro e do Governo ainda
contemplam a geringonça.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do CDS-PP,
para formular as suas perguntas.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, registando que este diálogo está
muito interessante,…
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Está do melhor!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … começaria por dizer que V. Ex.ª veio aqui, hoje, mais uma vez, num
espírito de fábula: trouxe-nos claramente «António Costa no País das Maravilhas».
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não é «António Costa», é «Nuno Magalhães»!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Mas «António Costa no País das Maravilhas» não falou nem deu
respostas sobre questões essenciais.
Sr. Primeiro-Ministro, é curioso que, no seu discurso, não tenha dito nem uma palavra sobre demografia ou
natalidade — zero! — e tenha dito muito pouco sobre uma questão que tanto preocupa o País, e sobre a qual
incide a minha primeira pergunta, que é a questão do interior.
O CDS fez propostas concretas sobre a questão do interior. Propusemos redução para metade no IRS
(imposto sobre o rendimento das pessoas singulares); propusemos estímulo nos transportes; propusemos
apoios no IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas); propusemos estímulos ao investimento, mas
não sabemos o que o Sr. Primeiro-Ministro vai fazer. Portanto, as perguntas são muito claras e muito óbvias.
Primeira: o que é que o Sr. Primeiro-Ministro vai fazer? Que caminho é que vai seguir? Vai ou não aproveitar
as nossas propostas?
Segunda: o que é que vai levar a Bruxelas? E, já agora, quando irá a Bruxelas com essas propostas para o
interior, que são uma preocupação fundamental do País, como é evidente?
O Sr. Primeiro-Ministro centra-se muito na questão das fábulas. De resto, é algo que V. Ex.ª partilha com o
«número dois» do seu Governo, que é também um grande especialista em matéria de fábulas — sabemos isso
— e que, ainda como parlamentar, tantas vezes nos trouxe aqui fábulas, e sempre a propósito.
Queria aproveitar a boa-disposição e o cumprimento ao Dr. Santos Silva, o Sr. Ministro dos Negócios
Estrangeiros, para lhe dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que, quando fala do passado, quando fala do passado em
relação ao investimento público, quando fala do que foi necessário fazer com o Governo anterior, em termos de
fábulas, o Sr. Primeiro-Ministro, que recentemente nos veio dizer que o Partido Socialista não é a «Carochinha»
— a expressão é sua e disse-a há dias — à procura do «João Ratão»,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!