19 DE JULHO DE 2018
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Aplausos do PCP.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José de Matos Correia.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, a Sr.ª Deputada
Sónia Fertuzinhos para uma intervenção.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Saudando os cidadãos e cidadãs
responsáveis pela petição pela defesa de refeições escolares de qualidade em Portugal, começo por afirmar
que estamos todos de acordo sobre a importância individual e coletiva das refeições em refeitórios escolares
para a promoção de estilos de vida saudáveis, da equidade social e da educação para a saúde. Assim como
estamos de acordo no princípio de que a qualidade das refeições não pode depender da maior ou menor
capacidade de mobilização das comunidades educativas.
O Estado, o Ministério da Educação tem o dever de garantir a qualidade e a confiança no serviço prestado
pelos refeitórios escolares a todos os alunos e alunas sabendo que, nalgumas situações, as refeições escolares
são a única e a melhor oportunidade de uma alimentação nutricionalmente equilibrada, saudável e segura.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os temas da petição e dos diferentes projetos que discutimos hoje
têm sido objeto de diversos debates e propostas de várias legislaturas, incluindo a atual, que contribuíram para
a exigência e garantia da qualidade e da diversidade das opções da alimentação em contexto escolar.
Este debate não é, assim, o momento zero da nossa discussão, nem acontece num vazio de políticas e
instrumentos definidos com estas mesmas preocupações e objetivos. Tão errado como desvalorizar a
importância do sentido das propostas que debatemos hoje é ignorarmos o sistema regulatório, inspetivo e de
monitorização da qualidade da alimentação promovido no contexto escolar, que já existe e que apresentou
recentemente resultados que podemos e devemos avaliar e acompanhar.
Assim, a proposta do CDS, que recomenda ao Governo a publicação de um relatório anual sobre a situação
das refeições escolares, quando há menos de um mês foi publicado o Relatório sobre o Plano Integrado de
Controlo da Qualidade e Quantidade das Refeições Escolares, de acordo com o previsto no Orçamento do
Estado para 2018, não me parece que faça muito sentido.
Como também devemos questionar o equilíbrio de propostas como as do PAN, de proibição de utilização de
carnes processadas nas refeições escolares, quando a regulamentação do Ministério da Educação, com o apoio
técnico da Direção-Geral da Saúde, já só permite a utilização destas carnes, no máximo, uma vez por mês.
Por último, sobre as propostas de generalização da gestão pública das cantinas escolares, direi o seguinte:
hoje, há diferentes modelos de gestão das cantinas. A avaliação da gestão dos municípios é, em geral, muito
positiva. Os dados do primeiro Relatório sobre o Plano Integrado de Controlo da Qualidade e Quantidade das
Refeições Escolares concessionadas a privados são animadores, quer na avaliação das refeições, que é de
Bom, quer na avaliação da eficácia da atuação perante irregularidades. Em mais de 25 milhões de refeições
servidas nas cantinas de todo o País foram registadas, de acordo com o Relatório, 854 reclamações. Dessas, e
pela atuação das equipas de fiscalização, resultou, de acordo com o mesmo Relatório, a melhoria do serviço
das refeições.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de terminar.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.
O objetivo de melhorar a qualidade das refeições escolares é comum e é de todos, mas, tendo em conta a
legislação em vigor, todo o sistema criado para o controlo da qualidade das refeições escolares, a prioridade
não é tanto a de mais medidas, mas a do cumprimento, avaliação e fiscalização do sistema que esta Assembleia
também ajudou a construir e que podemos e devemos continuar a fiscalizar e a acompanhar.
Aplausos do PS.