19 DE JULHO DE 2018
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A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Com algum esforço de memória,
ainda nos havemos de lembrar todos aqui, no Parlamento, do tempo em que o Primeiro-Ministro, António Costa,
dizia que a descentralização era a grande reforma do Estado.
Como muitas vezes acontece, este Governo tem muita dificuldade em passar das palavras aos atos. Este
momento e a irresponsabilidade — irresponsabilidade é a palavra — com que este processo está a ser aprovado
no Parlamento é mais um exemplo de como as palavras não passaram aos atos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa é direta ao PSD!
A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): — Esta reforma do Estado foi primeiro, pouco mais do que uma intenção;
depois, apareceu com algumas intenções genéricas e algumas propostas muito pouco especificadas; e,
finalmente, através da Lei das Finanças Locais, ficamos a saber o que é que realmente o Governo planeava.
O que o Governo planeava era que o Parlamento lhe passasse um cheque em branco para fazer exatamente
aquilo que entender com a descentralização e com as câmaras, e PS e PSD passaram esse cheque em branco
ao Governo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É verdade!
A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): — Essa é a grande irresponsabilidade!
O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): — O Parlamento demitiu-se hoje de ter uma voz ativa na descentralização
e, ao mesmo tempo que vemos pelo País fora muitos autarcas independentes eleitos com o apoio do CDS e
também autarcas do Partido Socialista e do PSD criticarem este processo…
O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): — … não apenas por falta de meios e pela descentralização, mas também
porque as câmaras se transformarão em tarefeiros da administração central, fazendo aquilo que o Governo,
pura e simplesmente, não tem paciência para fazer, o PSD e o PS dão a mão ao Governo, passam um cheque
em branco e, mais, obrigam o Parlamento a aprovar, às três pancadas, aquela que podia e devia se a grande
reforma desta década.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): — É lamentável que isso aconteça.
Mais: não contentes com isso, em relação à aprovação da Lei das Finanças Locais, puseram também em
causa a coesão territorial — foram chumbadas as propostas do CDS que tinham uma palavra especial para a
coesão territorial.
À boleia de tudo isto, ainda se aproveita para desresponsabilizar não só autarcas pelas suas decisões, mas
também dirigentes, que deixam de ser responsáveis financeiramente pelas suas decisões. É lamentável!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Susana Amador, do PS.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Hoje, é um dia muito importante. É
um dia muito importante para as autarquias portugueses, para os municípios e para as freguesias e, sobretudo,
para as populações que representam.
É também um dia muito importante para o Partido Socialista, para este Grupo Parlamentar, que, desde
sempre, desejou esta reforma, uma reforma inscrita no nosso Programa Eleitoral, no nosso Programa de