I SÉRIE — NÚMERO 107
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O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, está em apreciação o parecer.
Pausa.
Não havendo pedidos de palavra, vamos votá-lo.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Muito obrigado, Sr. Secretário Duarte Pacheco.
Srs. Deputados, vamos passar ao período de declarações de voto orais.
A primeira declaração de voto oral é relativa à votação dos textos finais, apresentados pela Comissão de
Agricultura e Mar, sobre os projetos de lei n.os 776/XIII (3.ª) — Regime excecional das redes secundárias de
faixas de gestão de combustível (PCP) e 812/XIII (3.ª) — Estabelece critérios de indemnização pela
concretização das servidões administrativas para criação de faixas de gestão de combustível e determina a
responsabilidade pela sua execução e manutenção, procedendo à sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 124/2006,
de 28 de junho (PCP).
Tem a palavra, para esse efeito, o Sr. Deputado João Dias. Dispõe de 2 minutos.
O Sr. JoãoDias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: É inacreditável! É inacreditável o que acabou de
acontecer com o chumbo da compensação dos produtores pela criação das faixas de gestão de combustível. É
inacreditável e mostra até onde vai a falta de seriedade e de palavra do PSD e a forma como está comprometido
com o PS.
Protestos do PSD.
Depois de ter votado favoravelmente na generalidade e na especialidade os dois projetos de lei, o PSD
resolve agora deixar chumbar, em votação final global, o texto final relativo a essas iniciativas, cedendo às
exigências do PS e do Governo para que os produtores fiquem sem indemnizações.
Protestos do PSD.
O PSD e o PS juntaram-se, na votação final global do texto final, para impedir que os proprietários atingidos
fossem indemnizados.
A criação das faixas de gestão de combustível, com a dimensão prevista no Decreto-Lei n.º 10/2018, impõe
a perda de rendimento, a qual, no atual enquadramento legislativo, não está compensada.
Protestos do Deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.
No caso dos proprietários florestais em minifúndio, esta obrigação pode mesmo inviabilizar a exploração
florestal, favorecendo o abandono do mundo rural, e os senhores têm de assumir a responsabilidade disso. As
vossas políticas contribuem para o abandono do mundo rural.
A defesa da floresta contra incêndios tem de incorporar um conjunto alargado de medidas que vão além da
campanha mediática da limpeza dos terrenos florestais.
É fundamental a revisão dos critérios a aplicar na criação das redes primárias e secundárias das faixas de
gestão de combustível.
Os incêndios de 2017 vieram pôr a nu a ausência do ordenamento florestal, a ausência de planeamento, e
muito mais.
Quando se dizia que nada podia ficar como dantes, eis que temos a prova. À última hora, PS impôs ao PSD
a moeda de troca pela Lei das Finanças Locais e dá o dito por não dito, ficando os proprietários e o ordenamento
florestal em prejuízo.