22 DE SETEMBRO DE 2018
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Será que o Sr. Ministro acredita que as dezenas de recomendações feitas pelo Parlamento ao Governo
relativamente às instalações das escolas nada têm a ver com a política de redução drástica do investimento
público na educação?!
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sr. Ministro, em 2015, o investimento público foi de 127 milhões; em 2016,
no seu Governo, foi de 44 milhões; em 2017, de 56 milhões. Sr. Ministro, isto é o investimento público em
educação.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Recordamos que as escolas iniciam o ano com muitas dúvidas sem
resposta na educação inclusiva — onde é que estão os recursos para cumprir o diploma? — ou na flexibilidade
curricular, onde reina a confusão, com as novas matrizes apresentadas já em pleno período de férias das escolas
e dos professores.
Por que corre este Governo a anunciar o ensino profissional como uma das prioridades na educação, quando
os diretores das escolas públicas têm de suportar as despesas dos cursos que arrancaram e de assumir o risco
de ter de os suspender a todo o momento por falta de verbas?!
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sem dar resposta a esta questão, num gesto de profunda
irresponsabilidade, o Sr. Ministro anunciou esta semana a intenção de conseguir 50% de alunos do secundário
no profissional, enquanto o seu Ministério responde a esses mesmos diretores que não tem qualquer solução
para o problema financeiro.
Sr. Ministro, teríamos todos muito a ganhar neste debate parlamentar se saíssemos com a consciência de
que está ciente dos problemas importantes, urgentes, sentidos na educação. Infelizmente, para os alunos, não
é o caso.
Distribuir manuais de forma gratuita aos que precisam é louvável; por todos, mesmo pelos que não precisam,
é apenas lamentável, pois assim muitas outras necessidades se perdem no ruído da demagogia.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A única escola democrática é aquela que trata da mesma forma ricos e pobres!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — As reformas pedagógicas não se fazem com revoluções. É preciso
analisar, avaliar, para depois acompanhar e ajustar o rumo.
Os professores precisam de formação, as escolas precisam de acompanhamento, os alunos precisam de
tempo. Os normativos legais não podem sair em julho e agosto e esperar-se que se apliquem em setembro.
O Sr. Presidente: — A propósito de tempo, peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Concluo já, Sr. Presidente.
A tarefa é difícil, mas o que pedimos é pouco, Sr. Ministro. Pedimos um pouco de humildade, nada mais,
para começar!
Só com humildade é que podemos reconhecer com seriedade o peso da responsabilidade da tarefa que
temos em mãos, bem como os problemas e limitações que, diga-se o que se disser, existem. Devemos isto aos
alunos, devemos isto ao País!
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe para concluir.
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sr. Presidente, vou concluir.