22 DE SETEMBRO DE 2018
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Quando apostámos na promoção do sucesso escolar e quando lançámos o projeto de autonomia e de
flexibilidade curricular, para que as escolas e os professores tenham melhores condições para realizar a sua
missão, usando o seu saber e a sua experiência para responder aos alunos concretos que têm à sua frente,
muitos fizeram contravapor, mas hoje muitos mais encontram aí um novo sentido para o seu profissionalismo e
por aí caminham para melhores resultados educativos.
Quando o Ministério da Educação avançou com as aprendizagens essenciais, porque não podemos ficar de
braços cruzados face aos programas demasiado extensos que sacrificam a efetividade das aprendizagens,
alguns voltaram com o papão do facilitismo, mas hoje compreende-se melhor a importância desse caminho,
orientado pelo perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, de que a direita se tinha esquecido porque
nunca chegou a abraçar convictamente a escolaridade obrigatória de 12 anos.
Aplausos do PS.
Também aí avançamos num percurso de consolidação.
Tudo o que temos para fazer passa, necessariamente, por continuar o trabalho de valorização dos
profissionais da escola pública e das suas carreiras. Muito se tem conseguido nesse campo, designadamente
no combate à precariedade, mas temos consciência de que os anos da crise deixaram marcas de que não
recuperaremos facilmente.
Faliram muitas empresas e não é possível ressuscitá-las como se nada tivesses acontecido. Muitas pessoas
estiveram desempregadas e mesmo para as muitas que já voltaram a ter emprego não se consegue apagar o
sacrifício e o sofrimento que esse desemprego representou.
Protestos do PSD.
Investigadores, cientistas, viram os seus trabalhos interrompidos por falta de financiamento e, mesmo
podendo retomar, ninguém lhes devolve esse hiato.
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — Tenha vergonha!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Muitos tiveram de emigrar, mesmo sem o desejarem, e não há maneira de
apagar os efeitos desse facto nas suas vidas. E as carreiras de muitos servidores da causa pública congelaram.
Muitos não respeitam isto e fazem ruído quando se fala destes problemas, mas o País respeita, porque sabe o
que sofreu e sabe a dificuldade que é ultrapassar essa fase.
Aplausos do PS.
Infelizmente, não temos uma máquina do tempo para refazer o passado. Pudemos retomar um caminho de
futuro, colocar de novo o relógio em andamento, mas não dispomos de uma máquina do tempo para recompor
o passado. O que podemos fazer, e estamos a fazer, é voltar a apostar nos profissionais, na sua valorização,
nas suas carreiras, na sua dignificação. Essa é a nossa bússola. Trabalhar para as nossas crianças e jovens,
concretizando o direito à educação, e, para isso, valorizar os profissionais que se envolvem nessa missão de
todos os dias.
A normalidade da abertura de mais um ano letivo encoraja-nos nesse caminho,…
A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — Nota-se!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — … não para descansarmos sobre o que está feito — e que é muito! — mas para
continuarmos exigentes a fazer o muito que falta fazer e que vamos fazer.
Aplausos do PS.