I SÉRIE — NÚMERO 6
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983/XIII/3.ª (PAN) — Retira a raposa e os saca-rabos da lista de espécies sujeitas a exploração cinegética e
996/XIII/4.ª (BE) — Interdita a caça à raposa e aos saca-rabos e retira essas espécies da lista das espécies
cinegéticas.
Boa tarde a todos e bom fim de semana.
Está encerrada a sessão.
Eram 13 horas e 9 minutos.
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Declaração de voto enviada à Mesa para publicação
Relativa ao Projeto de Lei n.º 979/XIII/3.ª:
As signatárias apresentam uma declaração de voto não por não concordar com o sentido de voto do PSD
mas por considerarem que o combate às desigualdades deve ser uma das grandes prioridades das políticas
públicas nacionais e um importante desígnio da atividade dos agentes políticos.
Entendemos que o voto contra da bancada do PSD relativamente a este projeto se justifica uma vez que o
mesmo contém propostas que, a vingarem, seriam contrárias ao que defendemos.
O combate às desigualdades na distribuição de rendimentos constitui uma das grandes preocupações do
PSD. A disparidade na distribuição de rendimentos é muito acentuada em Portugal, nomeadamente ao nível
salarial. Um País menos desigual promove uma sociedade não só mais justa no plano moral como possui
indicadores de qualidade de vida claramente superiores.
Portugal continua a ser um dos países da UE com uma distribuição de rendimentos mais desigual. Sabemos
hoje que, quanto mais desigual for um país, menor é a esperança de as pessoas terem bons indicadores de
saúde e uma maior longevidade. No livro O Espírito da Igualdade, de Richard Wilkinson e Kate Picket, através
de estudos científicos e estatísticos, é demonstrada a superioridade dos países com menor desigualdade social.
Vários estudos têm demonstrado que o combate às desigualdades tem como resultado um melhor e mais
consistente Estado social e um maior crescimento económico.
Existem estudos elaborados com base em dados estatísticos que evidenciam que nos anos em que existiu
melhor distribuição de rendimentos foram também os anos de maior crescimento económico. Em suma,
claramente, é demonstrado que o aumento das desigualdades reduz as possibilidades de retoma económica.
Segundo a OCDE, o rendimento médio dos cidadãos mais ricos é atualmente cerca de 10 vezes superior
aos salários da população mais pobre.
Um estudo liderado por Liam Byrne, Deputado trabalhista e antigo membro do Governo de Gordon Brown,
conclui que, se nada for feito, dentro de pouco mais de 10 anos, o 1% mais rico da população mundial vai
acumular 2/3 de toda a riqueza.
Exigem-se, portanto, políticas públicas a nível nacional e internacional que combatam o flagelo da
desigualdade. Um futuro melhor e uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais segura, com menos
criminalidade e com mais desenvolvimento económico, exige políticas que, respeitando o mercado, não se
demitam de o regular, impondo preocupações sociais e de proteção aos mais frágeis.
Não defendemos métodos radicais, revolucionários, mas acreditamos que podem ser adotadas políticas no
sentido correto, visando criar uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais humanista.
Como sociais-democratas, defendemos um processo reformista de sociedade em oposição às revoluções.
Nos salários da função pública e das empresas públicas, concordamos com a que as diferenças salariais não
devem ser ofensivas para as diferentes categorias profissionais e valorizem o trabalho, o mérito e a dignidade
humana. Nos rendimentos das empresas privadas, concordamos com a existência de liberdade para as
empresas pagarem aos seus quadros sem a imposição de limites salariais, assentes numa valorização do
trabalho e do mérito.
O Estado não tem o direito de impor um teto salarial a uma empresa privada, mas tem o dever de criar um
sistema de impostos progressivos, o atual IRS, que seja de facto justo.