I SÉRIE — NÚMERO 6
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Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP, votos a favor do PCP, de
Os Verdes e do PAN e a abstenção do BE.
Vamos votar o Voto n.º 623/XIII/4.ª (apresentado pelo PCP) — De condenação da ordem de expulsão dos
habitantes de Khan al-Ahmar por parte das autoridades de Israel.
Peço à Sr.ª Deputada Sandra Pontedeira para ler este voto.
A Sr.ª Secretária (Sandra Pontedeira): — Sr. Presidente, o voto é do seguinte teor:
«O Governo de Israel ordenou aos habitantes da aldeia palestiniana de Khan al-Ahmar, na Cisjordânia
ocupada, que a abandonem antes de 1 de outubro. Vivem atualmente nesta comunidade 32 famílias, num total
de 173 pessoas, incluindo 92 crianças e adolescentes.
Khan al-Ahmar é uma das 46 comunidades palestinianas que as autoridades de Israel querem expulsar do
chamado Corredor E1, a fim de estabelecer uma continuidade entre Jerusalém e Ma’ale Adumim, o maior dos
colonatos israelitas ilegais, cortando ao mesmo tempo a contiguidade territorial da Cisjordânia e tentando
impossibilitar que Jerusalém Leste se venha a tornar a capital de um futuro Estado palestiniano.
A destruição de Kahn al-Ahmar inscreve-se assim na política de Israel de colocar em causa a solução dos
dois Estados conforme estipulado nas resoluções da ONU, que o Estado português subscreve. Como sublinhou
a Delegação de Deputados do Parlamento Europeu que visitou recentemente Khan al-Ahmar: «A transferência
forçada de pessoas sob ocupação é uma violação grave da Quarta Convenção de Genebra e é considerada um
crime de guerra.»
Esta expulsão foi já criticada pelo Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz no Médio Oriente,
pela Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e por vários países, entre os quais a
Alemanha, a Espanha, a França, a Itália ou o Reino Unido.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária:
Condena a decisão do Governo de Israel de expulsar os habitantes da aldeia palestiniana de Khan al-Ahmar,
que constitui uma flagrante violação do direito internacional;
Exige o fim da política de colonização dos territórios palestinianos ilegalmente ocupados por Israel;
Exorta o Governo a condenar esta decisão do Governo de Israel e a tomar as adequadas medidas
diplomáticas no sentido da reversão desta decisão.»
O Sr. Presidente: — Vamos proceder à votação do Voto n.º 623/XIII/4.ª, que acabou de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do BE, do PCP, de Os Verdes e do PAN, votos
contra do PSD, do Deputado do PS João Soares e dos Deputados do CDS-PP Ilda Araújo Novo e João Rebelo
e a abstenção do CDS-PP.
Passamos ao Voto n.º 625/XIII/4.ª (apresentado pelo PSD, pelo CDS-PP e pelo PS) — De congratulação aos
militares portugueses na República Centro Africana.
Peço ao Sr. Secretário António Carlos Monteiro o favor de ler este voto.
O Sr. Secretário (António Carlos Monteiro): — Sr. Presidente, o voto é do seguinte teor:
«Portugal, membro da Organização das Nações Unidas, assumiu a cada tempo e circunstância a sua
permanente disponibilidade para a promoção da paz e da concórdia entre povos. Essa sua matriz foi-se
revelando na presença em diferentes teatros e em múltiplas circunstâncias e levou a que estruturas da ONU, os
seus diversos secretários-gerais, olhassem para as forças armadas e para as forças de segurança portuguesas
como elementos de valorização da harmonia entre partes desavindas, numa leitura muito própria de quem andou
pelo mundo e nele deixou marcas e genes.
Preocupado com a situação humanitária que se vive na República Centro-Africana (RCA), o Conselho de
Segurança das Nações Unidas decidiu, em 2014, implementar uma missão de manutenção de paz, a
Multidimensional Integrated Stabilisation Mission in the Central African Republic (MINUSCA). Esta missão
passou a apoiar o processo político interno de transição para a estabilidade, tendo como prioridade a proteção