29 DE SETEMBRO DE 2018
41
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, 2 minutos são 2 minutos! Tem de concluir.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Termino mesmo, Sr. Presidente.
Em segundo lugar, apoiar todas as iniciativas que os ajudem, lembrando que eles foram libertados —
congratulamo-nos por isso! — mas não estão isentos nem do processo nem da perseguição pelas autoridades.
É esse o nosso objetivo.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Rubina Berardo.
A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD tem acompanhado com
profunda preocupação o agudizar da crise política, social e económica ao longo dos últimos anos na Venezuela.
Vejamos os números: mais de 2,3 milhões de pessoas, mais de 7% da população venezuelana, fugiram do
país nestes últimos anos; mais de 12 000 cidadãos foram detidos arbitrariamente; fizeram-se mais de 1300
presos políticos; 131 manifestantes morreram.
O PSD reafirma que a resolução desta crise terá de primar sempre pelo respeito pela democracia e pelo
respeito pela vida humana.
É com base neste cenário crítico da Venezuela que a nossa política externa se transforma também em política
interna, porque é na Venezuela que reside a segunda maior comunidade portuguesa na América Latina,
ultrapassando as 400 000 pessoas, uma comunidade que tem contribuído decisivamente para o
desenvolvimento económico do país e que hoje vive em grande sofrimento devido à insegurança pessoal e
económica.
Perante a recente detenção de pequenos comerciantes portugueses, entretanto libertados graças aos bons
esforços diplomáticos portugueses, a difícil realidade vivida pelos nossos concidadãos tornou-se ainda mais
clara para a opinião pública nacional.
É nesse sentido que o PSD defende que é fundamental que este Parlamento dê um sinal inequívoco de
solidariedade incondicional à nossa comunidade portuguesa; que o Governo português aumente o apoio
humanitário àqueles portugueses e lusodescendentes que permanecem na Venezuela; que o Governo
português materialize, finalmente, o apoio prometido à região do País que mais concidadãos nossos tem
recebido, a Madeira; e, por fim, solidariedade, que não pode ser condicionada por qualquer internacionalismo
ideológico. Ou é a isso que se chama de «patriotismo de esquerda», meus senhores? Pode ser de esquerda,
mas patriótico não é, certamente!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para intervir, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para quem ainda tivesse dúvidas, as
recentes ameaças de intervenção militar feitas por Donald Trump em relação à Venezuela clarificam as
intenções, objetivos e responsabilidades dos Estados Unidos na situação de desestabilização, ingerência e
agressão externa àquele país, ao seu povo e também à comunidade portuguesa que ali reside.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Em 2015, a administração Obama aprovou um decreto que considerava a
Venezuela uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos, decreto que veio a ser confirmado por
Donald Trump, que, entretanto, lhe acrescentou um conjunto de outras medidas de bloqueio e de sansões
económicas, violando deliberadamente o direito internacional e a Carta das Nações Unidas, procurando
transformar num inferno a vida daquele país.
Os Estados Unidos impediram a Venezuela de fazer pagamentos em dólares, colocando, assim, o país numa
situação de dificuldade na compra de bens alimentares e de medicamentos ao estrangeiro ou forçando-o a