I SÉRIE — NÚMERO 9
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dependem, porque esses clientes têm agora mais rendimento ou passaram a ter emprego e, portanto, têm mais
rendimento.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Convém falar mais com as empresas!
O Sr. João Galamba (PS): — Portanto, não são clientelas, são clientes, que tornam as empresas
portuguesas e a economia portuguesa mais robusta.
Aplausos do PS.
A ideia de que há uma política económica que olha para as empresas e faz a redistribuição para as pessoas
traduz uma visão profundamente errada e distorcida do funcionamento de uma economia. Não há economia
sem clientes e não há clientes sem empresas. A economia é uma realidade coerente, é um todo que deve ser
analisado como tal e é para este todo que o Governo e a maioria têm governado e legislado.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Quando aumentamos o rendimento das famílias, as empresas podem vender
mais e investir mais, e foi isso que fizeram. O investimento empresarial foi dos mais elevados em 2016 e em
2017, por comparação com os últimos anos, e sê-lo-á também, seguramente, em 2018, tendo aumentado face
ao investimento que existia na Legislatura anterior, mesmo depois de a troica sair…
A Sr.ª Inês Domingos (PSD): — E o investimento público?!
O Sr. João Galamba (PS): — … e de CDS e PSD, ufanamente, com relógios e outros adornos que tais,
terem celebrado a grande recuperação económica e o regresso da confiança a Portugal.
Foi com este Governo e esta maioria que a confiança verdadeiramente voltou e que o crescimento
verdadeiramente aumentou.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do CDS-PP Hélder Amaral.
O PSD e o CDS desvalorizam algumas decisões importantes que tomámos para o tecido empresarial e têm
como única medida atirar dinheiro indiscriminadamente para cima das empresas, baixando o IRC a todas e
beneficiando sobretudo aquelas que menos precisam, as maiores empresas do País.
O que é que este Governo fez em relação a esse problema? Segundo estudos da insuspeitíssima Faculdade
de Economia da Universidade Nova de Lisboa, as medidas do Simplex diminuíram os custos às empresas
portuguesas, em 600 milhões de euros, e este Orçamento, segundo notícias já públicas, vai acabar com o
pagamento especial por conta. Esta é uma excelente notícia para as pequenas e médias empresas portuguesas,
que são a esmagadora maioria do tecido empresarial português. Gostaremos de ver o que fará o CDS e o PSD
quando essa medida for votada neste Parlamento.
Mas um dos dados mais importantes contraria por completo a narrativa do PSD e do CDS quanto à dicotomia
de que há umas empresas às quais temos de baixar custos, nomeadamente salários, e temos de baixar o IRC,
porque se não elas não investirão e não contratarão. Para além de isso ter sido totalmente desmentido pela
realidade, penso que importa aqui notar um facto que já foi referido pelo Sr. Primeiro-Ministro, que é o de a
autonomia financeira das empresas ter aumentado e a sua rentabilidade ser mais elevada num contexto de
subida significativa do salário mínimo e de crescimento dos salários.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.