I SÉRIE — NÚMERO 27
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Foi assim quando procurámos garantir que as habilitações literárias de pessoas há anos no exercício de
determinadas funções não eram fundamento para a sua exclusão, ou quando não quiseram incluir os
trabalhadores em regime de outsourcing, e de falso outsourcing.
Politicamente, sabemos que este processo nunca seria fácil. Foi uma batalha de que nos orgulhamos, porque
foi através da pressão política que impusemos a regularização de situações de injustiça gritantes. Orgulhamo-
nos de cada um dos precários cuja situação de emprego já foi regularizada ao abrigo deste programa, mas é
preciso assegurar que ninguém fica para trás.
Sabemos também quem esteve de que lado. PSD e CDS sempre estiveram, e votaram, contra o processo.
Aliás, nunca antes quiseram combater a precariedade, apenas a agravaram. Por isso já ninguém se espanta
que agora não seja diferente.
Ainda assim, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, não deixa de ser aberrante a intervenção destes dois
partidos.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Colocam trabalhadores contra trabalhadores sem qualquer pudor, batem com a
mão no peito para defender trabalhadores que, durante o seu Governo, tentaram despedir e tantos outros que
despediram e a quem cortaram salários e direitos, e voltam a insultar estes trabalhadores dizendo que são
clientela?! Srs. Deputados, isto foi um verdadeiro espetáculo surreal!
Aplausos do BE.
Se conseguirem, da próxima vez tenham algum pudor em insultar os trabalhadores e as trabalhadoras que
aqui estão. Não se admite!
Aplausos do BE.
Mas as pessoas sabem e não esquecem quem é que está de que lado: PSD e CDS sempre estiveram do
lado dos despedimentos e dos cortes nos salários; o Bloco de Esquerda está, como sempre, do lado de quem
trabalha, neste País.
Por fim, sabemos que o PS e o Governo foram convencidos de que este programa era necessário — ainda
bem que foram! —, mas é preciso responder com eficácia e assertividade aos problemas surgidos. Seria uma
irresponsabilidade colocar em causa todo este trabalho e abandonar as justas expectativas criadas nos
trabalhadores.
Neste combate, o PS falou muito de moralidade para fugir à realidade. Essa realidade, Srs. Deputados, é
que há vários setores onde as coisas estão a falhar, onde a lei não está a ser cumprida, e às quais PS não quis
responder, dando assim cobertura ao Governo, aliás, o grande ausente do debate.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Mas o Bloco de esquerda não apoia o Governo?!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Para isso, sabem que o Bloco de Esquerda não está disponível, mas também
sabem que o Bloco de Esquerda está disponível para levar a bom porto o PREVPAP e responder aos
trabalhadores, aos que aqui estão hoje e a tantos outros que aqui não estão e que nos acompanham.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Carla
Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Todos os dias, há vários anos, os utentes do
Serviço Nacional de Saúde recebem cuidados de enfermagem, de psicologia e de nutrição, realizam exames