I SÉRIE — NÚMERO 45
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Nacional, seja ao nível das instituições e das unidades de investigação, seja ao nível dos politécnicos e das
universidades, sejam devidamente integrados e tenham direito a um contrato de trabalho.
Mas também não diferenciamos entre aqueles que já são seniores e aqueles que são juniores e não dizemos
que uns merecem mais e outros merecem menos. Todos aqueles que cumprem e suprem necessidades
permanentes têm direito a um vínculo estável, têm direito a ver os seus direitos laborais integralmente
respeitados. É exatamente esse o problema que temos para resolver.
Consideramos que o Partido Socialista tem de ir muito mais longe na resposta atempada a estas situações
e a todos os trabalhadores que estão, neste momento, a viver o drama de não saberem como será o futuro, de
não saberem o que é que é um contrato, de não terem a sua vida contributiva regularizada. Estes trabalhadores
bolseiros há décadas não vão ter uma reforma digna, e este é um outro problema com que vamos ter de nos
confrontar.
Portanto, é preciso dar repostas urgentes e atempadas para que sejam encontradas soluções e para que os
direitos dos trabalhadores sejam respeitados.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Monteiro, do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Sr. LuísMonteiro (BE): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, quero, antes de mais, em
nome do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, saudar o Grupo Parlamentar do Partido Comunista
Português e a Sr.ª Deputada Ana Mesquita por trazerem um tema importantíssimo que está na agenda política
do ensino superior, da ciência e do País: justamente, o problema da precariedade e da estabilidade de emprego
no sistema científico.
No início desta Legislatura, demos passos importantes no combate à precariedade. Um deles foi a garantia
das apreciações parlamentares e da discussão que fizemos aqui do Decreto-Lei n.º 57/2016, sobre o emprego
científico.
Tivemos também um momento muito importante, que foi a garantia de que o PREVPAP, um programa de
regularização de vínculos precários na Administração Pública, andava. Ao fim de 20 anos, tivemos, novamente,
um processo em toda a Administração Pública e no setor empresarial do Estado que dava uma resposta há
muito esperada.
A verdade é que no ensino superior e na ciência temos assistido, nos últimos dois anos, a um bloqueio
sistemático que é operado entre reitores e Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Não há bloqueio
possível nas comissões bipartidas do PREVPAP se reitores e Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior não votarem exatamente da mesma forma. Ou seja, ora é o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior a ir atrás dos chumbos ao PREVPAP por parte dos reitores, ora são os reitores a agradecer ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior os mesmos chumbos nesse PREVPAP. Como disse, e bem,
apenas 8% das carreiras especiais têm merecido um impacto positivo no PREVPAP. Estamos a falar exatamente
de quem? Estamos a falar de investigadores, profissionais, que ficaram de fora do último concurso Estímulo ao
Emprego Científico, mas que têm 20 e 30 anos de carreira.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. LuísMonteiro (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Estamos a falar de pessoas que viram, na semana passada, a saída das regras do desempate no concurso
Estímulo ao Emprego Científico e essas mesmas regras dizem que o desempate é feito ora por data de
nascimento, ora por submissão do processo.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.