31 DE JANEIRO DE 2019
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O Sr. LuísMonteiro (BE): — O Bloco de Esquerda fez, hoje, uma pergunta ao Governo sobre esta matéria,
o que, na verdade, é quase uma brincadeira àquilo que tem sido um setor altamente competitivo e que não tem
merecido respeito.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir, se faz favor.
O Sr. LuísMonteiro (BE): — Sr. Presidente, queria perguntar à Sr.ª Deputada Ana Mesquita se acompanha
esta preocupação do Bloco de Esquerda.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Margarida Mano, do Grupo
Parlamentar do PSD.
A Sr.ª MargaridaMano (PSD): — Sr. Presidente, Caros Colegas, o PCP trouxe a debate, na sua declaração
política, um rol de problemas, de facto, reais, quase 10 questões, que vão da FCT ao concurso de financiamento,
passando pelo subfinanciamento crónico, carreiras, PREVPAP, leitores, progressão… Enfim, questões em
relação às quais o PSD não poderia estar mais de acordo com o diagnóstico que é feito do ponto de vista daquilo
que são os fracassos deste Governo em relação à política de ensino superior e da ciência.
O PCP também diz que há questões que são de longa data, o que não deixa de ser verdade, nomeadamente
no que diz respeito à precariedade. Também é verdade que para o PSD o Estado tem de ser uma pessoa de
bem, o que significa que não pode exigir aos provados aquilo que não cumpre em relação àqueles que trabalham
para si.
O que, penso, o PCP não esclarece é que este Governo que promete e não cumpre, este Governo que, numa
fase de crescimento da economia, criou expectativas e conseguiu ter resultados, em algumas situações, piores
do que aquelas que tivemos durante o período da troica é apoiado pelo PCP.
A questão que colocamos à Sr.ª Deputada Ana Mesquita tem a ver com o seguinte: como dar resposta a
algumas questões que estão em cima da mesa?
Por exemplo, temos, neste momento, em termos de contratos formalizados, cerca de 1500.
Tivemos, neste Governo, duas grandes bandeiras, que foram o PREVPAP e o emprego científico.
Quanto ao emprego científico, este Parlamento teve oportunidade, como já foi dito, de ajudar a resolver uma
legislação que, claramente, não era capaz, mas o Governo tem-se mantido perfeitamente incompetente, não só
no desenvolvimento da legislação, como também na sua execução.
Quanto ao PREVPAP, zero contratos formalizados; apoios individuais, apoios institucionais, projetos de I&D
(investigação científica e desenvolvimento tecnológico), unidades de I&D, zero contratos formalizados.
Portanto, é o regime transitório que é responsável por estes 1500 contratos, num Governo que tinha
prometido 5000. Muitas promessas e apenas 1500 contratos concluídos!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª MargaridaMano (PSD): — Concluo já, Sr. Presidente.
A questão que coloco é a de saber como é que, por exemplo, relativamente ao PREVPAP, o PCP vai fazer,
sendo que aprovou um orçamento que não tem financiamento afeto.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, a Sr.ª Deputada Ana Mesquita.
A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Sr. Presidente, começo por agradecer as perguntas do Sr. Deputado Luís
Monteiro e da Sr.ª Deputada Margarida Mano. Vou tentar responder em conjunto porque há perguntas que se
cruzam.