I SÉRIE — NÚMERO 45
50
Gostaria de dizer que as leis da convergência nas CAB (comissões de avaliação bipartida) do PREVPAP
fazem lembrar as leis da convergência na Assembleia da República. É que, quando é à esquerda, é sempre em
benefício dos trabalhadores; quando não é, vemos o dano. A convergência entre PS, PSD e CDS é sempre
danosa para os trabalhadores e para os serviços públicos.
Pensando até noutra perspetiva, se o PSD desse aos seus 89 Deputados o papel que, nomeadamente, o
PCP faz com os seus 15, a esta hora, os problemas estariam já todos resolvidos! E não estão!
O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — E não estão porque, muitas vezes, o PSD contribui, precisamente, para o
aprofundamento, para o agravamento dos problemas.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Ora bem!
A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Podemos relembrar, por exemplo, que no Orçamento do Estado para 2019,
o PCP apresentou um plano de atualização, modernização e reforço dos meios dos Laboratórios do Estado.
Podíamos ter esta medida aprovada! Mas não tivemos porque nem o PSD, nem o CDS, nem o PS, diga-se a
bem da verdade, não a viabilizaram!
O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Afinal quem é que apoia o Governo?!
A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Podiam ter viabilizado e a esta hora teríamos meios mais adequados para
os Laboratórios do Estado. Isso era importantíssimo!
Mas podemos ir repescar aquilo que foi o posicionamento do PSD e do CDS noutras situações. Quando o
PCP apresentou iniciativas para a dinamização do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, quem é que votou
contra? PSD e CDS! Quando o PCP apresentou medidas contra o desmantelamento do Sistema Científico e
Tecnológico Nacional e pela defesa dos postos de trabalho dos trabalhadores científicos, quem é que votou
contra? PSD e CDS!
Portanto, não venham agora fazer de conta que estão muito preocupados com a situação da precariedade,
porque, quando vamos à prática, vemos que PSD e CDS ignoram a realidade, aquilo que é o desespero dos
trabalhadores. Na verdade, para resolver os problemas, sim, está cá o PCP! Sim, está cá o PCP com a sua
intervenção, com a sua iniciativa, com a sua ação e a exigir ao Governo que os problemas sejam resolvidos.
O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Valem mais os nossos 15 Deputados do que os vossos 89 Deputados!
A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Gostaria também de dizer ao Sr. Deputado Luís Monteiro que consideramos
que aquilo que foi agora revelado em relação àqueles, enfim, risíveis, para não dizer outra coisa, critérios de
desempate merece, evidentemente, a nossa preocupação. Acompanharemos essa mesma preocupação e não
deixaremos de intervir sobre este assunto.
Também gostaria de dizer que o PCP considera que é necessário fazer-se uma verdadeira política para a
ciência, para a tecnologia e para o ensino superior, e isso exige muitas medidas: investimento no ensino superior
e na ciência; reforço de verbas para a Investigação e Desenvolvimento; valorização dos Laboratórios do Estado;
reforma de fundo da Fundação para Ciência e Tecnologia; revogação do Estatuto de Bolseiro de Investigação e
substituição de bolsas por contratos; alteração do RJIES (Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior),
acabando com o regime fundacional e defendendo a democracia nas instituições de ensino superior; nova lei
de financiamento; e, sim senhor, a integração de todos os trabalhadores com vínculos precários na ciência e no
ensino superior.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, chegámos, assim, ao final do primeiro ponto da nossa ordem de
trabalhos, relativo às declarações políticas.